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Em primeira aparição como prefeito, Haddad é cobrado por populares sobre projeto Nova Luz

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

01/01/2013 20h49

Na primeira aparição pública como prefeito de São Paulo, logo após receber o cargo de Gilberto Kassab, Fernando Haddad (PT) foi cobrado por populares acerca do projeto Nova Luz.

Ao fim da cerimônia oficial de troca de prefeitos, realizada no saguão térreo da sede da prefeitura, Haddad se dirigiu a um palco montado na frente do prédio da administração. Lá, era aguardado por cerca de 200 pessoas, em sua maioria militantes petistas, integrantes de movimentos de moradia e moradores de rua.

Mal começou a fazer seu discurso, que durou cerca de cinco minutos, um dos presentes passou a questionar, insistentemente, o prefeito sobre o projeto Nova Luz, intervenção urbana que prevê a revitalização da região da Luz, no centro da capital, incluindo a remoção de milhares de famílias que ocupam prédios abandonados na área. “E o projeto Nova Luz? E o projeto Nova Luz?”, perguntava o homem.

Haddad chegou a pausar o discurso para ouvir o questionamento, mas não citou o projeto na sua fala. Ao longo do pronunciamento, outros presentes também indagaram o mandatário sobre o destino do projeto.

Durante a campanha, o prefeito prometeu rever vários pontos do projeto, elaborado ao longo das gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD). A proposta é criticada por movimentos sociais e pelo próprio PT, que veem na intervenção uma tentativa de “higienizar” o centro.

Mais cobranças

Outro manifestante presente cobrou Haddad sobre a construção de um hospital em Parelheiros, promessa feita durante a campanha eleitoral. O prefeito ainda ouviu outro homem dizer que ele tinha que olhar para as áreas mais carentes da periferia. “Você tem que olhar as periferias mais pobres, da Guarapiranga e do Jardim Ângela, meu querido.”

Ao lado da mulher, Ana Estela, e da vice-prefeita, Nádia Campeão, Haddad pediu para aos presentes que se mantem mobilizados ao longo de sua gestão. “Essa participação que garante vitalidade do poder público”, disse. “Vocês têm muito a contribuir, inclusive criticando. Podemos não acertar sempre, mas podemos corrigir um eventual erro se mantivermos um diálogo, esse corpo-a-corpo, olho no olho. Poderemos fazer o melhor governo que São Paulo já teve.”

Depois do discurso, Haddad se dirigiu ao segundo andar do edifício Martinelli, onde as autoridades presentes à cerimônia de posse o aguardavam para uma celebração.

Tumulto

A dispersão do prefeito gerou um pequeno tumulto. Anderson Lopes Miranda, liderança do Movimento Nacional da População de Rua, disse ter sido agredido por um dos seguranças do evento ao tentar se aproximar de Haddad.

“Eu sou convidado aqui. Queria só falar ao Haddad para que ele olhe para a população de rua, mas esse sujeito me impediu. Ele me chutou, tentou me dar uma rasteira”, disse, exaltado.O segurança não quis comentar as declarações, nem se identificar.