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Protestos pelo impeachment de Renan Calheiros ocorrem em 31 cidades neste domingo

Protesto contra Renan Calheiros ocorre neste domingo em 28 cidades do Brasil e 3 no exterior - Divulgação
Protesto contra Renan Calheiros ocorre neste domingo em 28 cidades do Brasil e 3 no exterior Imagem: Divulgação

Do UOL, em Brasília

24/02/2013 08h20

Os protestos pedindo o impeachment do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, têm um novo capítulo neste domingo (24). Manifestações convocadas pelo Facebook para ao menos 31 cidades prometem levar os internautas para as ruas às 11h de hoje.

Além de 28 cidades brasileiras em 18 Estados (clique aqui para ver a lista das cidades participantes), como São Paulo, Brasília e Rio, os internautas convocaram manifestações em Dublin (Irlanda), Paris (França) e Lisboa (Portugal).

O ato é o segundo contra o parlamentar em menos de uma semana. Na última quarta-feira, cerca de 30 manifestantes foram até o Congresso Nacional. Lá, estenderam uma bandeira sobre o gramado e entregaram simbolicamente a petição online com mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo o impeachment de Renan, que foi denunciado pelo Ministério Público por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Anteriormente, no dia 30 janeiro, outro protesto contra o senador pedia “Ficha Limpa” no Senado Federal, às vésperas da eleição que levou Renan à presidência da Casa. No ato de janeiro, os manifestantes foram impedidos de “lavar” a rampa do Congresso Nacional e não conseguiram entrar na Casa.

O protesto de hoje, segundo os organizadores, quer o fim da corrupção no Brasil. “O senador Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado Brasileiro. O mesmo fora denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de peculato (quando servidor utiliza o cargo para desviar dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso”, diz a convocação do evento no Facebook. “Não somos artistas ou políticos partidários... Somos apenas cidadãos brasileiros que não aguentam mais tanta corrupção”, declaram. Os organizadores pedem: “levem cartazes, bandeiras brasileiras, pintem o rosto, criem e inventem”.

“Chamamos nossos amigos e os convidamos para que iniciassem as manifestações em suas cidades. Teremos gritos, panelaços, máscaras, cartazes, tudo já organizado por nós e repassado aos organizadores de cada cidade”, conta Carlos Rua, 31, proprietário de uma agência de intercâmbios em São Carlos (SP) e um dos moderadores do evento.

Segundo Rua, cada capital espera, em média, 12 mil pessoas para a manifestação. Apesar das estimativas otimistas, os últimos protestos contra Renan em Brasília não reuniram mais que algumas dezenas de pessoas. Na última quarta, dia da entrega da petição, o ato reuniu cerca de 30 pessoas. Já a tentativa de lavar a rampa do Congresso agregou pouco mais de 20 manifestantes. Carlos Rua afirma que os organizadores dos atos de hoje não têm qualquer vínculo partidário ou político.

De acordo com Rua, o protesto de hoje não tem relação com os anteriores. A entrega da petição foi organizada pelo grupo Avaaz, e o ato de janeiro pelos movimentos Rio de Paz e Movimento 31 de Julho.

Renan deixou a presidência do Senado em dezembro de 2007 e quase perdeu o mandato depois de ser acusado de ter despesas pessoais pagas pelo lobista de uma construtora. O dinheiro serviria para pagar o aluguel de um apartamento e a pensão da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. Renan admitiu ser amigo do lobista, mas negou ter recebido dinheiro.