É preciso regulamentar o lobby, afirma AGU
O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, afirmou nesta terça-feira (5) que é a favor de “regulamentar” a atividade do lobby no Brasil. Segundo ele, o lobby “pode ser um sistema de qualificação das demandas da sociedade”.
Adams falou sobre o assunto ao “Poder e Política”, projeto do UOL e da Folha conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. A gravação ocorreu no estúdio do Grupo Folha em Brasília.
Íntegra da entrevista (54 min.)
Para Adams, é necessário reconhecer que “a sociedade tem grupos de interesse (...) faz parte do processo democrático, o Estado não se isola”. O problema, segundo ele, é “quando você usa mecanismos inadequados, impróprios e, às vezes, criminosos, para fazer valer o seu interesse”.
Na entrevista, o ministro também falou sobre desdobramentos da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. A operação revelou a existência de um esquema de tráfico de influência para venda de pareceres dentro da Advocacia-Geral da União (AGU).
Luís Inácio Adams afirmou que a Corregedoria da AGU não abriu um procedimento disciplinar para apurar seu envolvimento nos fatos revelados pela Polícia Federal porque só a presidente da República poderia abrir procedimento contra ele, que tem status de ministro de Estado.
Entre as providências adotadas pela AGU para coibir o tráfico de influência, Adams disse que passou a exigir de seus auxiliares que divulguem os nomes das pessoas que recebem para reuniões em seus escritórios. Também devem ser tornados públicos os temas das reuniões. A determinação, disse o ministro, vale para reuniões com agentes públicos e privados.
Mas, para o ministro, as medidas não bastam para barrar a promiscuidade dentro da AGU. “Não posso achar que uma norma vai resolver todo o problema do ponto de vista desse tipo de influência”, disse.
Acesse a transcrição completa da entrevista.
A seguir, vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets):
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