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Cachoeira, integrantes de seu grupo e 'laranjas' terão de devolver mais de R$ 100 milhões à União

O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, sai de delegacia em Taguatinga  - Sergio Lima/Folhapress
O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, sai de delegacia em Taguatinga Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

21/03/2013 13h19

O contraventor Carlos Cachoeira e mais quatro integrantes da organização criminosa liderada por ele, além de "laranjas" usados para as operações fraudulentas do grupo, tiveram a perda de bens decretada pela Justiça Federal. O valor total dos bens a serem entregues à União passa de R$ 100 milhões.

O decreto saiu após a análise dos embargos apresentados pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) para a sentença proferida em dezembro do ano passado. Além da perda dos bens dos condenados, de terceiros e empresas, foi fixada uma multa R$ 156 mil, em favor da União, pelos danos acarretados pelas condutas de alguns membros do grupo criminoso.

Apenas um terreno em nome de Carlos Cachoeira foi perdido em condomínio de luxo em Goiânia. O local, de 904 metros quadrados, é avaliado em R$ 1,5 milhão.

José Olímpio de Queiroga Neto, operador do esquema de jogos, teve decretada a perda de cinco apartamentos no Distrito Federal, avaliados em R$ 2,3 milhões, e duas fazendas avaliadas em R$ 450 mil, além de um prédio comercial no valor de R$ 8 milhões no Riacho Mall Fundo 1, também no Distrito Federal, e um posto de lavagem e lubrificação.

Lenine Araújo de Souza, primo de Cachoeira e apontado como gerente e contador da organização criminosa, perdeu dois carros e três terrenos, dois de 360 metros quadrados e um de 200 metros quadrados, em Valparaíso, em Goiás, além de dois imóveis em Caldas Novas, estimados em R$ 300 mil.

Enquanto para o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, apontado como o araponga do grupo, a perda, em seu nome, consiste em dois carros e um apartamento em Brasília, na Asa Norte, no valor de R$ 600 mil.

Raimundo Washington de Sousa Queiroga, também operador de jogos, tinha em seu nome uma propriedade de 10 mil metros quadrados em Luziânia, cujo valor é estimado em R$ 1 milhão. Segundo a Justiça Federal, em nome de ‘laranjas’ e de empresas está uma lista de bens que ultrapassa a casa dos R$ 100 milhões: apartamentos de luxo no Rio de Janeiro, em bairros nobres de Goiânia, fazendas e até uma aeronave avaliada em R$ 750 mil, além de carros importados.

Os sentenciados foram condenados por formação de quadrilha armada, corrupção ativa, peculato e violação de sigilo perpetrado por servidores públicos federais, estaduais e municipais. Cachoeira pegou 39 anos e oito meses de detenção, mas aguarda o recurso em liberdade, em Goiânia. Lenine Araújo foi sentenciado a 24 anos e quatro meses; José Olímpio Queiroga, a 23 anos e quatro meses; e Idalberto Araújo, o Dadá, a 19 anos e três meses.