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CPI da Máfia do Asfalto na Câmara de Blumenau precisa de duas assinaturas

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

02/05/2013 06h00

O vereador Jefferson Forest (PT) obteve três assinaturas das cinco necessárias para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de de Blumenau (130 km de Florianópolis) para investigar os envolvidos na investigação do MPE (Ministério Público Estadual) de um suposto megaesquema de corrupção que teria causado um prejuízo aos cofres públicos de R$ 100 milhões.

Entenda o esquema

Em 21 de março, antes de as escutas obtidas com autorização da Justiça se tornarem públicas, por meio de reportagens do UOL, a Câmara barrou a abertura de uma comissão com o mesmo objetivo. As fraudes ocorreriam em contratos firmados entre a prefeitura e a URB (empresa municipal de obras urbanas).

Forest disse que "talvez eu seja o único blumenauense que não esteja surpreso com as acusações de corrupção". "Isso porque eu tenho certeza que cada caneta que foi comprada nos últimos oito anos pela prefeitura na gestão anterior deve ter pago alguma propina. Eles cobravam propina de tudo e agora o MPE vai provar."

O petista disse que a composição da Câmara de Blumenau --com 15 vereadores, com seis do bloco governista do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB), e cinco ainda ligados ao ex-prefeito João Paulo Kleinubing (PSD), hoje presidente do Badesc-- torna difícil qualquer pedido de CPI.

"Nós temos só três votos do PT, precisamos mais dois para abri-la."

Ele disse que nesta quinta-feira (2) vai tentar sensibilizar outros vereadores "porque a cada nova revelação a cidade fica mais escandalizada.

"Essa última, do auxílio do ex-secretário Alexandre Brollo ao vereador Fábio Fiedler [que durante seu mandato foi líder do governo Kleinubing na Câmara] com recursos da prefeitura, foi uma banalidade. Todo mundo suspeitava, agora está provado."

O petista disse que o promotor Gustavo Meireles, do caso Operação Tapete Negro, que apurou a fraude, sugeriu que ele tentasse a CPI porque ela ajudaria nas investigações, "porque iria produzir mais documentos".

Forsrest disse que entendeu que o grupo do prefeito Napoleão Bernardes não apoiou a CPI porque ele fez parte da administração Kleinubing até oito meses antes da eleição, quando se desvinculou para concorrer --Bernardes venceu PT e PSD e era considerado azarão.

A reportagem do UOL tenta ouvir representantes da administração Bernardes, sem sucesso.