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Dilma seria eleita no primeiro turno em 2014, diz pesquisa CNT

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

11/06/2013 10h54Atualizada em 11/06/2013 12h06

A presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno para a Presidência da República caso as eleições de 2014 fossem hoje, segundo pesquisa divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em conjunto com o instituto MDA nesta terça-feira (11).

Nos dois cenários analisados pelos pesquisadores, a presidente teria mais de 50% das intenções de voto. 

No primeiro cenário avaliado, a presidente teria 52,8% das intenções de voto, contra 17% do senador Aécio Neves (PSDB-MG); 12,5% da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e 3,7% do governador Eduardo Campos (PSB-PE). 

Na segunda simulação, em que figuram apenas Marina e Aécio, Dilma lidera, com 54,2% das repostas dos entrevistados, ante 18% de Aécio e 13,3% de Marina. Os entrevistados que votam em branco somam 8,6% e os que não sabem ou não responderam totalizaram 5,9%.

Em ambas as simulações, a diferença de Dilma para o segundo colocado é de cerca de 35 pontos percentuais, semelhante ao intervalo verificado pela pesquisa Datafolha divulgada no último domingo. No entanto, ao contrário do Datafolha, que traz Marina Silva na segunda posição, na pesquisa CNT/MDA Aécio Neves aparece em segundo lugar.

Segundo a CNT, a pesquisa não contemplou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque ele já declarou que não sairá como candidato.

Apesar dos números favoráveis à atual presidente, 73,1% dos entrevistados afirmaram que ainda não possuem candidato para a eleição de 2014. Apenas 17,4% deles sabem em quem votar no próximo pleito, enquanto 2% votariam branco ou nulo e 7,5% não sabem ou não responderam.

"A presidente ganharia em todos os cenários em primeiro turno. Mas se aproxima muito de um segundo turno à medida que eles [demais candidatos] passam a ser mais conhecidos. Eles vão crescendo nas intenções de voto", disse Clésio Andrade, presidente da CNT, em entrevista após a divulgação dos dados.

A pesquisa também considerou uma situação em que opinaram apenas os entrevistados que conhecem os prováveis candidatos -- 755 num universo de 2.010 pessoas. Nessa situação, Dilma teria com 44,1%, Aécio 22,8%, Marina 14,2% e Eduardo Campos 5,8%, o que levaria a disputa para o segundo turno. Ainda nesta simulação, brancos e nulos somariam 8,9% e 4,2% dos entrevistados não responderam ou não sabiam.

Sobre o grau de conhecimento dos candidatos, a CNT/MDA verificou que Dilma foi reconhecida por 99,5% dos entrevistados, seguida por Marina Silva (75,6%), Aécio Neves (72,6%) e Eduardo Campos (45%). 

Quando questionados sobre qual partido político gostariam de ver na Presidência da República, 23,1% dos entrevistados apontaram o PT, legenda da presidente, enquanto 5,1% escolheram o PSDB, o maior partido de oposição ao governo federal, cujo presidente é o senador Aécio Neves.

O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e maior sigla da base aliada, recebeu apoio de 2,5% dos entrevistados, seguido pelo PSB, do governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos, com 0,7%. Outros 41,7% não sabiam ou não escolheram e 24% não apontaram nenhum partido.

Aprovação pessoal e do governo

A 113ª Pesquisa CNT/MDA também  avaliou os índices de popularidade do governo e pessoal da presidente Dilma Rousseff. A presidente é aprovada por 73,7% dos entrevistados, e seu governo, por 54,2%. Na última pesquisa, de julho de 2012, Dilma teve aprovação pessoal de 75,7% e aprovação de seu governo foi de 56,6%. A queda na aprovação pessoal de Dilma está dentro da margem de erro, de 2,2 pontos percentuais.

A redução da aprovação da mandatária foi noticiada no domingo por pesquisa do instituto Datafolha. No entanto, como a periodicidade da pesquisa da CNT é diferente, não foi possível detectar a tendência de queda mostrada pelo Datafolha.

Foram entrevistadas 2.010 pessoas em 134 municípios de 20 Estados entre os dias 1º e 5 de junho deste ano. Esta é a segunda pesquisa da CNT em parceria com o instituto MDA -- os levantamentos anteriores foram feitos com os institutos Vox Populi (1º ao 28º) e com o Sensus (29ª a 111ª).
A pesquisa não tem periodicidade definida -- o último levantamento, feito entre os dias 18 e 26 de julho de 2012, foi divulgado em agosto de 2012. 

Pessimismo

A pesquisa registrou um maior pessimismo dos brasileiros com relação às expectativas para os próximos meses. Com relação à oferta de empregos, 39,6% dos entrevistados acham está melhor agora, ante 54,1% do ano passado. Já 44,5% acham que ficará igual, ante 32,2% da avaliação anterior, e 11,5% acreditam que poderá piorar frente 9,6%.  Aqueles que não sabem ou não responderam não se mantiveram no patamar de 4%.

A expectativa de aumento renda mensal também caiu de 35,8% deste ano ante 49% do ano passado. Mas a maioria (51,9%) acredita que deverá se manter igual – que é maior que a avaliação anterior de 42,9%. Somam 8,5% os que disseram acreditar que a renda vai diminuir, antes era 5,1%.

As ofertas de saúde e educação também registraram baixa na perspectiva de melhora de 43,7% (em julho de 2012) para 26,2% (em junho deste ano) e 47,2% (em julho de 2012) para 33,1% (em junho deste ano), respectivamente.

A situação da segurança no país também apresentou queda no otimismo: 29,1% dos entrevistados acham que vai melhorar, frente 39,1% da pesquisa passada. Outros 41,1% acham que ficaria igual (o índice era de 41,2%) e 27,3% acham que vai piorar ante 17,1% da avaliação anterior. 

“Há uma queda em relação no otimismo em relação ao emprego e à renda mensal. [Houve] também quedas nos índices de saúde e segurança. Estes itens pesam. É um alerta ao governo, apesar dos altos índices de popularidade da presidente”, destacou Clésio Andrade.

Confiança

Entre as instituições que inspiram maior confiança nos entrevistados, a Igreja aparece em primeiro lugar, com 37,5%, seguida da Polícia Federal (13,8%), do Supremo Tribunal Federal (8,2%), do Ministério Público (7,8%), da Presidência da República (7,1%). Senado, com 0,7% de confiança, e Câmara dos Deputados, com 0,6%, aparecem no final da lista. Outros 18,7% dos entrevistados disseram não acreditar em nenhuma delas, e 5,7% não sabem ou não responderam.

Os entrevistados também se dividiram quando questionados sobre o impacto da inflação em sua renda: 36,7% avaliaram que será alto; 36,6% acham que será moderado; 18,6% consideram que será baixo e 8,1% não sabem ou não responderam.

Pesquisa anterior

Na pesquisa anterior, o então cenário eleitoral mostrava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com 69,8% dos votos caso a eleição se realizasse no dia que os entrevistados foram questionados. Na sequência, estaria o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 11,9% das intenções de voto e o governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) com 3,2%. A margem de erro era de 2,2 pontos porcentuais para baixo ou para cima.

Em um segundo cenário, a CNT trocou Lula pela presidente Dilma Rousseff, que venceria as eleições com 59% das intenções de voto, seguida por Aécio com 14,8% e Eduardo Campos com 6,5% das intenções de voto.