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Deputado terá cela individual em presídio no DF

Do UOL, em Brasília

28/06/2013 16h09Atualizada em 28/06/2013 17h21

O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB de Rondônia) foi encaminhado na tarde desta sexta-feira (28) ao Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Ele foi encaminhado pela Vara de Execuções do TJ do Distrito Federal.

Segundo o superintendente da Polícia Federal, Marcelo Mosele, Donadon ficará no PDF-1 do complexo, em uma ala reservada, sob custódia de agentes federais. Ele terá uma cela individual com privada de cerâmica, única melhoria em relação às outras celas, que têm sanitário no chão, segundo a PF.

O TJ afirma que a cela individual se deve ao fato de Donadon ser parlamentar, mas diz que o deputado não terá "regalias" no presídio.

O parlamentar foi preso nesta sexta-feira (28) e condenado a 13 anos por formação de quadrilha e peculato e pode conseguir a liberdade daqui a quatro anos se apresentar bom comportamento e não cometer infrações disciplinares.

 

Presídio da Papuda

O Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, onde o deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO) vai cumprir 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, tem capacidade para 6.500 presos mas abriga atualmente 11 mil, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública do DF. O parlamentar se entregou hoje à PF, mas ainda não chegou ao presídio, considerado de segurança máxima.

O local já abrigou presos famosos, como o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira, acusado de liderar um esquema de exploração de jogo ilegal em Goiás, os quatro jovens que incendiaram um índio Pataxó em 1997, um dos sequestradores de Wellington Camargo - irmão da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano - e o fazendeiro Darly Alves da Silva, mandante da morte do líder seringueiro Chico Mendes, em 1988. O ex-ativista italiano Cesare Battisti também ficou preso lá.

O caso

Natan Donadon foi denunciado pelo Ministério Público de Rondônia sob acusação de, no exercício do cargo de diretor financeiro da Assembleia Legislativa, ter desviado recursos daquele legislativo por meio de simulação de contrato de publicidade que deveria ser executado pela empresa MPJ Marketing Propaganda e Jornalismo Ltda. Outras sete pessoas também foram denunciadas.

O réu chegou a renunciar ao mandato na véspera do julgamento, em 27 de outubro de 2010, mas assumiu outro logo em seguida, após a condenação. Sua defesa pediu nos recursos a nulidade do processo.

Em 2010 o STF o condenou a 13 anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha e peculato, mas só agora o STF julgou os recursos que impediam que sua condenação fosse cumprida.

Donadon é acusado de participação em desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia em simulação de contratos de publicidade.