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"Cura gay" tira foco de mensaleiros, diz autor do projeto na Câmara

Débora Melo

Do UOL, em Brasília

02/07/2013 18h27Atualizada em 02/07/2013 19h42

O deputado João Campos (PSDB-GO), autor do projeto que ficou conhecido como "cura gay", disse nesta terça-feira que, além do fato de o PSDB ter se mostrado contra o projeto, ele decidiu pelo seu arquivamento porque o tema estava desviando a atenção de outras reivindicações dos protestos que tomaram conta do país.

“Eu não vou permitir que esta Casa e o governo usem esse projeto para tirar o foco das ruas, que é a segurança pública de qualidade, a educação, a saúde e a prisão dos mensaleiros”, declarou, em referência aos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão.

Para Campos, os ativistas contrários ao projeto da “cura gay” estão “pegando carona” nas manifestações. “Um protesto específico sobre isso em São Paulo na semana passada não reuniu mais de 200 pessoas. Estão pegando carona, não dá pra dizer que é a voz das ruas”, afirmou.

Campos disse ainda que, apesar do arquivamento, continua defendendo todos os pontos do projeto da “cura gay”. “Acho que o Conselho Federal de Psicologia errou”, disse.

Veja a justificativa do autor da cura gay para retirar a proposta

Retirada da pauta

Campos anunciou nesta terça-feira (2) que desistiu da proposta. A decisão foi tomada após o PSDB se posicionar contra a medida depois da onda de manifestações que se espalhou pelo país, algumas delas contra a cura gay. O deputado decidiu retirar a proposta de pauta após reunião de lideranças partidárias da Casa realizada hoje.

Polêmico, o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 234/11) recebeu o apelido de "cura gay" por alterar resoluções do Conselho Federal de Psicologia que proíbem que profissionais participem de terapias para alterar a identidade sexual do paciente ou que tratem a homossexualidade como doença.

A proposta foi aprovada na Comissão de Direitos Humanos da Casa, presidida pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), no último dia 18.

Desde que entrou na pauta da comissão, a medida foi alvo de protestos da comunidade LGBT e de ativistas, que a acusam de ser homofóbica.