Governo admite derrota, mas continua negociando Orçamento impositivo, diz ministra

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) admitiu nesta terça-feira (13) que o governo Dilma Rousseff está ciente da derrota iminente na votação do projeto de Orçamento impositivo na Câmara, mas continua a negociar com os parlamentares para que o percentual que o Executivo será obrigado a pagar seja destinado a áreas prioritárias para o governo, como a saúde.

“Da parte do governo, há uma vontade muito expressa de que não fosse aprovado. Há uma divergência conceitual. A Câmara está fazendo este debate. Nós acreditamos, inclusive, que a aprovação deverá acontecer”, afirmou a ministra, antes de entrar em uma nova reunião na Câmara dos Deputados. 

“Agora, fruto da reunião de ontem à noite dos líderes [partidários] com a presidente, ficou apresentado como proposta que, se for impositivo, se for aprovado como impositivo, pelo menos a maior parte desta imposição seja aquilo que a população mais reivindica: seja a saúde”, completou a ministra.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), declarou que houve um acerto entre os deputados para que 30% das emendas parlamentares sejam destinadas para a saúde. 

“É a maior reivindicação da população e 30% é o suficiente? Aí, eu acho que os próprios parlamentares têm que fazer esta avaliação”, declarou. 

Ideli disse ainda que está confiante de que outras modificações possam ser feitas no texto do deputado Édio Lopes (PMDB-RR). “Acredito que poderão ser feitos aperfeiçoamentos no texto. É o que foi sinalizado hoje de manhã [em outra reunião com os líderes]”.