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Cid Gomes diz que vai tirar pratos 'exóticos' de bufê milionário no CE

Gomes diz que bufê terá só nome em português - Jarbas Oliveira/UOL
Gomes diz que bufê terá só nome em português Imagem: Jarbas Oliveira/UOL

Do UOL, em Maceió

19/08/2013 16h19

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), demonstrou irritação, nesta segunda-feira (19), com a repercussão nacional da contratação de um serviço de bufê por R$ 3,4 milhões. O contrato citado prevê deve ter validade de um ano, com alimentação e decoração do gabinete e da residência oficial.

A denúncia do contrato veio a público pelo deputado estadual Heitor Ferrer (PDT), na última terça-feira (13), que cobrou explicações do contrato e pediu que o dinheiro fosse usado em obras de combate à seca.

Entre os pratos previstos no contrato estão bombinhas de salmão com caviar, carpaccio de chester com manga, crepe de lagosta, creme de escargot servido em pequenas tarteletes e filé de sirigado ao Goulart. Durante evento nesta segunda-feira, Gomes defendeu o contrato, se disse injustiçado e garantiu que vai retirar todos os “pratos exóticos” do cardápio.

“É uma necessidade, que que eu posso fazer? Poderia tirar as coisas exóticas, mas não ia adiantar, seria só uma demagogia a mais, o que seria só para dar uma manchete de jornal. Aliás, eu vou fazer isso. Se querem demagogia, vou mandar retirar tudo que for exótico. Tudo que tiver nome em francês, inglês, russo vai sair, vai ficar nome só coisa com nome português", disse, demonstrando irritação.

Gomes ainda explicou que o bufê é usado apenas pelo governo para realizar recepções a convidados durante eventos. O governador voltou a dizer que não come do bufê e garantiu que os pratos exóticos são uma exceção.

“Eu acho que fizeram uma caricatura: 'pega lá um canapé'. eu não como desse bufê. Pelo que me consta, o que é servido no bufê é o arroz, o feijão, a carne, um peixe, um frango. E pegam da exceção à regra. Lamento muito”, afirmou.

O governador ainda fez críticas à repercussão do caso, dizendo que todos os Estados têm contratos similares. “Eu desafio se é um caso nacional. Peguem aí no Brasil inteiro e vejam quem tem contrato. Fica sério assim. Agora dizer que só é o Ceará que tem é esquisito”, afirmou.

Explicações

Em nota divulgada na terça-feira passada, o governo do Estado informou que o processo licitatório "seguiu todos os trâmites legais" e contou com 13 empresas. Ainda segundo o governo, o valor citado no Diário Oficial é pago conforme a demanda, e não existe um valor fixo ou mínimo mensal a ser pago.

"A nova licitação, com vigência iniciada no dia 1º de agosto, não corresponde ao período de um ano. O prazo deve ser aditivado --até o período de quatro anos", informou o governo.
Ainda segundo o governo, os valores incluem, "além da comida, decoração, talheres, copos, pratos, toalhas, decoração, serviços de garçom, transporte, armazenagem da comida etc.".