Fardão de FHC na ABL custou cerca de R$ 70 mil aos cofres públicos
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso toma posse em cerimônia na noite desta terça-feira (10) na ABL (Academia Brasileira de Letras), no Rio de Janeiro, e seu fardão - roupa tradicional usada pelos "imortais" durante as sessões - custou aos cofres públicos dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro cerca de R$ 70 mil. Ele passa a ocupar a cadeira deixada pelo jornalista João de Scantimburgo (1915-2013).
De acordo com a assessoria da Academia, tradicionalmente a roupa é paga pelo município ou pelo Estado no qual o indicado obteve projeção. No caso de Fernando Henrique, que nasceu no Rio, mas construiu sua carreira política em São Paulo, os governos “dividiram o gasto”, segundo a assessoria do Instituto Fernando Henrique Cardoso.
O processo de compra - que é feito sem licitação devido à "inexigibilidade" prevista na lei federal 8.666/1993 – ainda não foi publicado nos "Diários Oficiais" dos Estados, mas tendo como base o preço do fardão pago pela Prefeitura do Rio para Rosiska Darcy de Oliveira, empossada em junho, gira em torno de R$ 70 mil.
A roupa é feita de sarja inglesa na cor verde escura e tem ramos da café bordados com fios de ouro, o que justifica parte do alto custo da vestimenta.
“Os governos poderiam fazer melhor uso deste recurso do que bancando o fardão. Essas regalias precisam ser revistas nos tempos atuais”, diz Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da ONG Contas Abertas, que acompanha gastos públicos.
Para ele, “é um gasto público desnecessário” e “vai na contramão de medidas adotadas pelo papa Francisco, por exemplo, que, ao assumir o pontificado, abriu mão de várias regalias e luxos a que tinha direito”.
A assessoria da ABL informou que "na história recente, nunca um 'imortal' pagou a vestimenta com seu próprio dinheiro".
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