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Erundina diz que PSB tem "projeto de nação" para enfrentar Dilma em 2014

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

23/09/2013 17h57

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou nesta segunda-feira (23) que a ruptura de seu partido com a base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) foi uma "medida necessária e natural", uma vez que a legenda lançará, na eleição de 2014, a candidatura de Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, à Presidência da República.

Intenções de voto para 2014

  • Arte/UOL

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Para a parlamentar, o PSB tem um "um projeto de nação" e está em condições de colocá-lo "em debate com a sociedade". "O Eduardo Campos é uma nova liderança política, que tem uma competência de articulação, enfim, o partido quer discutir o seu projeto de país e o seu projeto de nação. Todo partido existe por um projeto de poder. Um poder para ser colocado a serviço do povo", disse.

Erundina afirmou ainda identificar "certo nível de esgotamento" em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, e que a candidatura do governador de Pernambuco pode representar uma "alternativa" para o eleitor.

"São duas candidaturas e dois projetos. Eu entendo que o projeto que está sendo executado ainda, ele apresenta um certo nível de esgotamento. Eu acho que é normal que se coloquem outros projetos em debate com a sociedade. Eventualmente, esses projetos podem ser uma alternativa para o eleitor e para a sociedade brasileira", declarou.

A parlamentar ressaltou, no entanto, que a ruptura entre PSB e PT é um passo estratégico cujo foco é a eleição do ano que vem. Caso somente um dos lados avance no pleito, há chance de retomada: "Nada melhor do que uma candidatura, sobretudo em dois turnos. Se há dois turnos, não significa que no segundo não estejamos juntos com que aqueles partidos com que estivemos juntos até agora".

"É salutar para a democracia ter mais de um projeto e mais de uma candidatura. Portanto, eu falo primeiro em projeto. Não basta ter candidato. É preciso ter um projeto de nação, de desenvolvimento, de construção de igualdade, de garantia de cidadania plena para todos. Essa é a nossa proposta", completou.

Saída do governo

O PSB formalizou a saída do governo da presidente Dilma na última quarta-feira (18), após reunião entre ela e o futuro candidato socialista à Presidência. 

Campos entregou a Dilma uma carta na qual informa que o partido abdica dos cargos que detém no governo federal. O governador, que também é presidente do diretório nacional da legenda, assegurou, porém, que essa decisão não diz respeito "a qualquer antecipação quanto a posicionamentos" que o PSB adotará nas próximas eleições.

No documento formal, Campos diz que o partido tem sido atingido "sistemática e repetidamente", por "comentários e opiniões" de que o PSB deveria entregar os cargos que ocupa na estrutura governamental, "em face da possibilidade de, legitimamente, poder apresentar candidatura à Presidência em 2014".

O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), afirmou à agência Reuters que Dilma lamentou a saída do PSB, porém disse compreender a decisão tomada por Campos.