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Prováveis concorrentes, PSB e PSDB exibem esboços de programa de governo semelhantes

Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), prováveis concorrentes, almoçaram juntos na semana passada no Rio; esboços de programa são parecidos - Marcos Pinto - 09.dez.2013/UOL
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), prováveis concorrentes, almoçaram juntos na semana passada no Rio; esboços de programa são parecidos Imagem: Marcos Pinto - 09.dez.2013/UOL

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

18/12/2013 06h00Atualizada em 18/12/2013 08h39

Prováveis adversários nas eleições presidenciais de 2014 para competir com o PT da presidente Dilma Rousseff, o PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o PSB do governador Eduardo Campos (PE) apontam, em seus esboços de programa de governo, para problemas semelhantes com sugestões de solução, muitas vezes, parecidas.

Ao se comparar três temas caros à população (educação, saúde e segurança), ambos os documentos, o dos tucanos, lançado nesta terça-feira (17) por Aécio, e o dos pessebistas, que começou a ser gestado em outubro, fazem abordagens genéricas e até assemelhadas.

Em seu texto conjunto, apresentado em novembro, PSB e Rede, que se uniram após a filiação da ex-senadora Marina Silva, ressaltam o papel estratégico da educação e a consideram responsável por uma “cadeia interminável de desdobramentos sociais e econômicos”. Defendem também “uma escola mais aberta, mais acolhedora e capaz de dialogar com os temas e as tecnologias do século 21”. E ponderam que “o enfrentamento das desigualdades educacionais faz parte da erradicação da miséria”. Como proposta, querem a universalização do ensino integral.

O documento do PSDB , intitulado "Para Mudar de Verdade o Brasil", também destaca o protagonismo da educação para dar mais “perspectiva” aos brasileiros e ao futuro do país. “Não superaremos a pobreza, as desigualdades e a falta de oportunidades com escolas esquecidas.” E também propõe a implantação da educação de tempo integral. Com argumentos mais extensos nesse item, os tucanos citam ainda a necessidade de implementar o Plano Nacional de Educação e a criação de uma Lei de Responsabilidade Educacional, com metas de desempenho.

No campo da saúde, o grupo PSB-Rede defende fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde) e buscar a universalização dos serviços com qualidade, o que, segundo o partido, demanda melhor gestão e mais investimento na formação de profissionais.

O PSDB também vê a saúde, uma das áreas mais mal avaliadas do governo Dilma, como prioridade e, assim como o partido adversário, aponta deficiências no SUS e na gestão dos recursos públicos. Para os tucanos, é preciso ampliar os serviços de atenção básica e melhorar a coordenação das redes de atenção à saúde, além de investir mais no Programa Saúde da Família, qualificando e incorporando mais profissionais e profissões.

Quanto à segurança pública, os dois partidos trazem a mesma abordagem. Entendem que é preciso haver mais investimentos e uma política de Estado que envolva a articulação de diferentes atores.

O PSB-Rede afirma, em seu documento, que é preciso que “estejam coordenados diferentes elementos, como inteligência, interações com as comunidades assistidas, organização das polícias, cooperação entre diferentes instâncias de governo (Estado e municípios) e do Poder Judiciário, bem como articulação dos serviços no âmbito da federação com políticas intersetoriais preventivas”.

Por sua vez, o PSDB também destaca a necessidade de “uma ação integrada de prevenção, repressão e punição ao crime – planejada e executada de maneira compartilhada e articulada pelos três níveis da federação e pelos três poderes”.

A sintonia entre PSB e PSDB é tanta que, há poucos dias, Campos e Aécio foram flagrados após jantar juntos num restaurante na zona sul do Rio de Janeiro.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 2 de dezembro, no cenário em que se enfrentam a presidente Dilma, pré-candidata à reeleição pelo PT, Aécio e Campos, prováveis candidatos de seus respectivos partidos, a petista tem 47% das intenções de voto, o senador mineiro tem 19%, e o governador de Pernambuco, 11%. Votariam em branco ou nulo, neste caso, 16%, e 7% não souberam responder.