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Dirceu já arrecadou R$ 422 mil para pagar multa imposta pelo STF

Do UOL, em Brasília

17/02/2014 12h29Atualizada em 17/02/2014 18h46

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu já arrecadou, por meio de doações no site criado por parentes e amigos, R$ 422.766,99, ou 43% do total da sua multa. O valor total imposto como parte da sua condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no processo do mensalão é R$ 971 mil .

Segundo o último balanço divulgado no site "Apoio Zé Dirceu", divulgado no início da noite desta segunda-feira (17), 1.794 pessoas contribuíram para pagar a multa do petista.

Dirceu é o terceiro condenado no processo a receber doações pela internet. O primeiro petista a arrecadar fundos por site foi ex-presidente do PT José Genoino, que pagou uma multa de R$ 667.513,92, sua campanha arrecadou R$ 30 mil a mais que o valor determinado pelo STF.

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que foi multado em R$ 466.888,90, arrecadou mais de R$ 1 milhão com o site. O excedente, segundo foi anunciado, seria doado a Dirceu. 

Investigação

O Ministério Público Federal recebeu uma representação do PSDB pedindo investigação das doações recebidas pelos petistas para pagar as multas. Segundo a assessoria da Procuradoria, o texto ainda está em análise e, se for investigado, isso ocorrerá na 1ª instância do órgão.

Cronologia do mensalão

  • Nelson Jr/STF

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Na semana retrasada, o ministro do STF Gilmar Mendes levantou suspeitas sobre a quantia arrecadada e questionou se não seria lavagem de dinheiro.

Para ele, a arrecadação de vultosas quantias em tão pouco tempo é "incomum" e haveria "elementos para uma investigação" por parte do Ministério Público.

E, na semana passada, em carta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Mendes disse que essas arrecadações acabavam por sabotar e ridicularizar as decisões judiciais e sugeriu que os petistas fizessem também campanha para levantar "pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos" pelo mensalão.

Suplicy rebateu e afirmou que Mendes não julga com "base exclusivamente na razão".