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Renan diz que "não há o que fazer" para evitar CPI da Petrobras

Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou o pedido de criação de uma CPI no Senado para investigar denúncias envolvendo a Petrobras nesta quinta - Pedro Ladeira/Folhapress
Senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou o pedido de criação de uma CPI no Senado para investigar denúncias envolvendo a Petrobras nesta quinta Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

27/03/2014 11h34Atualizada em 27/03/2014 13h20

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (27) que “não há mais o que fazer” para evitar a criação da CPI da Petrobras na Casa. Renan criticou a instalação da comissão porque, na sua opinião, “ela vai montar um palanque muito próximo da eleição”.

Aliado do Planalto, ele já havia se posicionado contra a criação da comissão, que irá investigar suspeitas de irregularidades na estatal, incluindo a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) e a denúncia de que uma empresa holandesa que aluga plataformas a companhias de petróleo teria pagado suborno a funcionários da Petrobras. "Os fatos estão sendo todos investigados. Nós precisamos cobrar o andamento da investigação. Fazer a CPI agora seria erguer um palanque eletrônico em pleno período eleitoral em cima da Petrobras, isso não é bom para o Brasil", afirmou ontem, antes da coleta das assinaturas necessárias.

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“Evidente que uma CPI em ano eleitoral mais atrapalha do que facilita a vida do Brasil, mas agora não há mais o que fazer, porque nós temos o requerimento, fato determinado [exigência do regimento para instalação de comissão]”, disse ao chegar ao Congresso. “A nossa preocupação com a CPI é porque ela vai montar um palanque muito próximo da eleição, mas do ponto de vista da investigação não [incomoda]. Do ponto de vista da investigação, ela tem que caminha”, acrescentou.

Mais cedo, senadores da oposição protocolaram requerimento com 28 assinaturas, uma além do necessário.

Renan disse que pretende entrar em contato com os líderes dos partidos para combinar quando a CPI será instalada. É preciso antes fazer a conferência dos nomes e o requerimento ser lido em plenário.

“Vou conversar com os líderes para saber qual o melhor calendário para fazermos a leitura, conferirmos as assinaturas e pedirmos aos líderes que indiquem os membros da comissão, isso tem um processo recomendado pelo próprio regimento.”

Até a leitura em plenário, porém, parlamentares podem voltar atrás e retirar o seu apoio até a meia-noite do mesmo dia. 

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Paralelamente ao pedido de abertura de CPI no Senado, parlamentares tanto do Senado quanto da Câmara têm coletado assinaturas para criar uma comissão mista, que seria integrada por deputados e senadores, mas ainda não há apoio suficiente.

Indagado se considerava melhor uma comissão só no Senado ou uma mista, Renan se limitou a dizer que, por enquanto, o que havia de concreto era essa do Senado.

“A comissão parlamentar de inquérito é sempre uma investigação política, no Parlamento. Ela acontece geralmente quando as investigações não estão acontecendo nos canais normais, o que não é o caso. Mas não sei se vamos ter uma CPI, duas CPIs, três CPIs. Por enquanto, o que há de concreto é o requerimento que foi entregue à Mesa do Senado”, disse o presidente do Senado.