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Cabral participa de 12 inaugurações em 6 dias; obras valem R$ 263 mi

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

03/04/2014 06h00Atualizada em 03/04/2014 14h40

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), deixa oficialmente a chefia do Executivo nesta quinta-feira (3) para dar lugar ao vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que será o candidato do PMDB na eleição para o governo do Estado, em outubro. Na última semana, entre os dias 25 e 30 de março, Cabral inaugurou 12 obras em dez cidades fluminenses. A maratona de eventos foi interrompida na segunda (31), quando o governador tirou folga.

Em 2014, o peemedebista participou de 32 inaugurações, das quais 12, isto é, mais de um terço, ocorreram em um espaço de apenas seis dias, às vésperas de sua saída do cargo. Somados, os investimentos que resultaram nas 12 inaugurações ultrapassam R$ 263 milhões --o valor inclui verbas de origens variadas, a exemplo de recursos estaduais, federais, privados, entre outros. Em uma comparação com o Orçamento previsto pelo Executivo fluminense para 2014 (R$ 12,1 bilhões), o montante corresponderia a 2,17% do que o governo previu gastar neste ano.

Em todas as solenidades, Cabral estava acompanhado do vice-governador, Pezão. A maratona de inaugurações teve início no mesmo dia em que fora divulgada a última pesquisa do Ibope acerca da corrida eleitoral para a sucessão de Cabral. De acordo com a amostra, Pezão aparece em quarto lugar, com apenas 6% das intenções de voto, em uma eventual disputa com os senadores Lindbergh Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB), que têm 13% e 18%, respectivamente, e deputado federal Anthony Garotinho (PR), líder com 19%.

A maioria dos compromissos se deu pelo interior do Estado. No dia 25 de março, Cabral e sua equipe foram a São Gonçalo para a inauguração do novo Fórum Regional de Alcântara, que recebeu o nome da juíza Patrícia Lourival Acioli, assassinada em agosto de 2011. A obra custou aproximadamente R$ 44 milhões. No mesmo dia, o peemedebista viajou de helicóptero a Araruama, onde inaugurou a 118ª DP. As obras do novo prédio e os equipamentos tiveram um custo de R$ 2,9 milhões.

No dia seguinte, Cabral inaugurou quatro obras, sendo três em Volta Redonda --que representam mais de R$ 8 milhões em investimento-- e uma em Valença, no sul fluminense, esta última orçada em R$ 3,3 milhões. Já no dia 27 de março, quinta-feira, o governador compareceu ao evento de inauguração da fábrica Neobus, que concentrará toda a produção de ônibus urbanos da empresa gaúcha San Marino Neobus, em Três Rios. As obras custaram R$ 100 milhões.

No dia 28 de março, sexta-feira, o peemedebista esteve em Niterói para a inauguração das instalações da Companhia Destacada Polícia Militar no Morro do Estado, e depois voou de helicóptero a Cabo Frio, na região dos Lagos, onde inaugurou as obras de drenagem, pavimentação e urbanização de um trecho de 13 km da estrada Campos Novos, conhecida como Rodovia da Integração. Foram gastos R$ 25 milhões na obra.

Líderes da base governista e da oposição apontam erros e acertos dos 8 anos da gestão Cabral - Arte/UOL - Arte/UOL
Líderes da base do governo e da oposição apontam erros e acertos de Cabral
Imagem: Arte/UOL

No último fim de semana, o agora ex-chefe do Executivo reinaugurou a Biblioteca Parque Estadual, reaberta com a exposição "Vinícius 100 anos", no sábado (29), em frente à Praça da República, no Campo de Santa, no centro da capital fluminense. O espaço ficou fechado para reforma --que custou R$ 71 milhões-- durante quatro anos.

No domingo (30), depois de acompanhar a ocupação das favelas do Complexo da Maré, Cabral inaugurou dois CVTs (Centros Vocacionais Tecnológicos), sendo um em Seropédica e outro no distrito de Austin, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Foram investidos mais de R$ 9 milhões nas duas obras.

Já em seu último dia como governador, Cabral se ausentou do único compromisso que constava em sua agenda, nesta quinta-feira (3), frustrando cerca de cem pessoas que o aguardavam para a solenidade de início das obras de construção do edifício-sede do Uezo (Centro Universitário Estadual da Zona Oeste). A assessoria de Imprensa do governo ainda não informou o motivo da ausência

Após ser o primeiro governador reeleito do Rio, em 2010, com 66,08% dos votos válidos e muitos elogios por conta da política de segurança pública das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), Cabral teve um segundo mandato marcado por críticas, escândalos e queda de popularidade. Em dezembro do ano passado, uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com o instituto Ibope feita em 11 Estados mostrou ser Cabral o governador com a pior avaliação no país.

Apenas 12% da população considerou a sua gestão ótima ou boa. A maneira dele de governar foi aprovada por 29% dos eleitores, abaixo da média nacional (42%). Ele inspirava confiança em apenas 25% dos eleitores. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.