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Foster é pouco questionada no Senado; oposição pede CPI e base elogia Petrobras

A presidente da Petrobras, Graça Foster, cumprimenta o senador Lindberg Farias (PT- RJ), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde ela prestou esclarecimentos hoje - Alan Marques/ Folhapress
A presidente da Petrobras, Graça Foster, cumprimenta o senador Lindberg Farias (PT- RJ), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde ela prestou esclarecimentos hoje Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

15/04/2014 18h31Atualizada em 15/04/2014 18h43

Apesar de ter falado durante cerca de seis horas em audiência no Senado nesta terça-feira (15), a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi pouco questionada pelos parlamentares.

Enquanto os senadores da base aliada ao governo dedicaram boa parte de suas interpelações para elogiar a atuação da dirigente, a maioria da oposição fez pressão pela instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a estatal. As poucas perguntas direcionadas a Foster foram feitas por alguns senadores independentes e outros da oposição.

No total, 27 senadores pediram a palavra: 13 da base aliada e 14  da oposição e independentes.

“Ela ficou seis horas à disposição do Congresso Nacional. Respondeu a todas as perguntas e mostrou muito conhecimento do processo. Penso que foi importante tanto para comissão”, defendeu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS).

Gleisi também afirmou que a Petrobras está sendo investigada pela Polícia Federal, Ministério Público e CGU (Controladoria-Geral da União).

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, afirmou destacou a vinda de Graça ao Senado como uma tentativa de esclarecer as denúncias. “O que a presidenta [da Petrobras] fez foi revelar, com a verdade, com a transparência, com a humildade de quem reconhece que houve uma falha, os erros que aconteceram.”

A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) também usou seu tempo para criticar a oposição e defender a gestão da Petrobras. E o senador Aníbal Diniz (PT-AC) defendeu a decisão de compra da refinaria de Pasadena durante sua interpelação.

Pressão por CPI

No entanto, a oposição não se diz satisfeita com as explicações e aproveitou a audiência no Senado para defender a CPI da Petrobras. “A presença de Vossa Senhoria, nessa audiência pública, evidentemente não elimina a necessidade da instalação da CPI, aliás, com essa audiência pública, é impossível esclarecer fatos gravíssimos que exigirá da Polícia Federal, Ministério Público e eventualmente de uma CPI, muito trabalho para que se revele quais são os responsáveis pelos danos causados ao país”, disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

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O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que Graça Foster merece crédito de confiança pela carreira desenvolvida na Petrobras. “Agora, presidente, não passa pela minha cabeça, não passa o fato de que dois diretores da Petrobras – um ocupar um cargo de direção é ser credor da confiança de quem o nomeia e o outro ser responsável pela elaboração de um relatório falho, incompleto - tenham permanecido na empresa, como diretores”, disse o tucano ao se referir a Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró.

Costa está preso desde março por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 milhões e que intermediou doações eleitorais, segundo investigações da PF. Segundo Graça, a prisão dele causou "constrangimento" à empresa. Graça afirma que os contratos da Petrobras que tenham envolvimento do ex-diretor estão sendo apurados internamente pela empresa.

Amanhã, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara deve ouvir o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, autor do "parecer falho" que levou Dilma a autorizar a compra de Pasadena.

O senador Mário Couto (PSDB-PA) citou uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” que afirma que o marido da presidente da Petrobras tem negócios com a estatal. Em resposta, Graça Foster negou seu marido tenha contratos com a empresa. Ao final da resposta, o tucano disse que pedirá a saída de executiva da presidência da empresa.

Senadores independentes também questionaram a presidente da Petrobras sobre as suspeitas das irregularidades.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) citou relatórios do TCU (Tribunal de Contas da União) que apontam erros nos preços de diversas obras da Petrobras.

"Não estamos tratando de uma quitanda, mas da maior empresa do Brasil", disse o parlamentar.

Graça Foster respondeu que a empresa "não é uma quitanda. Ela é uma empresa de petróleo absolutamente séria e distinta de muitas empresas de petróleo no mundo".

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) contestou a informação de que os cargos da Petrobras são apenas escolhas técnicas e citou diretores da empresa que foram indicados por parlamentares. A presidente da Petrobras afirmou que os diretores citados são bons funcionários.

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