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Saque de US$ 10 mi de Pasadena teve apenas autorização verbal, aponta auditoria da Petrobras

Do UOL, em São Paulo

24/04/2014 09h07Atualizada em 25/04/2014 18h49

Um saque de US$ 10 milhões feito sem registro em documentos foi descoberto durante uma auditoria da Petrobras na refinaria de Pasadena, no Texas, segundo informou nesta quinta-feira (24) o jornal “O Globo”.

A auditoria mostrou que o valor foi sacado no dia 5 de fevereiro de 2010, ano em que a Petrobras América e sua sócia, a empresa belga Astra Oil, disputavam judicialmente a aquisição pela companhia brasileira dos 50% remanescentes das ações de uma joint venture firmada entre as duas empresas.

De acordo com “O Globo”, o dinheiro foi tirado da conta da refinaria numa corretora, a MF Global, que entrou com pedido de falência em 2011 e a transação foi autorizada apenas verbalmente.

“A falta de documentação prejudica o controle e acompanhamento de transações”, cita o relatório. “A autorização verbal, conforme informação da unidade, não encontra amparo em norma interna nem nas boas práticas de controle interno”, conclui o relatório, que não informa quem fez o saque nem qual foi o destino dos US$ 10 milhões.

Em nota ao UOL, a Petrobras declarou nesta sexta-feira (25) que "não foram constatadas quaisquer irregularidades no saque de US$ 10 milhões" de uma conta da refinaria de Pasadena feito sem documentação, em fevereiro de 2010.

"Este saque foi autorizado verbalmente, por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal", disse a empresa. 

Compra da refinaria

Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria no Texas por US$ 360 milhões, travando, em seguida, uma batalha judicial com a Astra Oil, dona da outra metade. A compra foi aprovada por Dilma Rousseff, que na época era chefe da Casa Civil do governo Lula. Em 2012, a Petrobras comprou os 50% restantes da refinaria por US$ 820 milhões.

A aquisição de Pasadena pela Petrobras, por um valor total de US$ 1,2 bilhão, e a declaração da presidente Dilma Rousseff de que a compra foi baseada em informações de um documento "técnica e juridicamente falho" desencadearam uma crise no governo e o pedido da instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias envolvendo a estatal brasileira.