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Pasadena estava barata quando foi comprada, diz ex-presidente da Petrobras

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

20/05/2014 11h08Atualizada em 20/05/2014 12h04

Em depoimento à CPI da Petrobras do Senado, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli afirmou nesta terça-feira (20) que a refinaria de Pasadena estava “barata” quando foi comprada, em 2006.

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"Era também uma refinaria que estava barata, porque foram comprados os primeiros 50% equivalentes a menos da metade do preço médio das refinarias por barril de destilação na época”, disse Gabrielli ao defender mais uma vez a aquisição da unidade, que está sob investigação de diversos órgãos, como a Polícia Federal e o TCU (Tribunal de Contas da União), sob suspeita de ter provocado prejuízo milionário aos cofres públicos.

O ex-presidente da estatal explicou que a refinaria era "extremamente bem localizada e, portanto, com um preço atraente".

“Na medida em que o mercado continuasse crescendo, você teria uma refinaria que daria com certeza retorno bastante elevado. Este é o contexto para a compra de Pasadena”, disse.

A Petrobras pagou à empresa belga Astra Oil, da qual era sócia na refinaria até então, US$ 360 milhões pela primeira metade da refinaria e US$ 1,18 bilhão para adquirir o restante após uma disputa na Justiça. No entanto, a refinaria inteira teria custado à Astra US$ 42,5 milhões um ano antes.

A atual presidente da Petrobras, Graça Foster, disse, porém, que esse valor não inclui os investimentos de US$ 360 milhões que a Astra teria feito.

Em uma comissão dominada por aliados do Planalto, Gabrielli acrescentou ainda que, a partir de 2007, a refinaria passou a enfrentar problemas, mas que a situação foi revertida em 2013, “voltando a ser um bom negócio” e que em 2014 é “lucrativa”.

Segundo ele, dizer que a refinaria Pasadena dá prejuízo hoje é motivado por uma “questão eleitoreira”.

Parlamentares da oposição pressionaram pela criação de uma comissão para atingir o governo na investigação, mas agora têm boicotado a CPI e defendido a instalação de uma comissão mista (Senado e Câmara), onde avalia que o governo terá menos chance de controlar a base aliada.

Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", Gabrielli admitiu sua parcela de responsabilidade no negócio controverso, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.

Segundo ele, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi "omisso" ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, "não pode fugir da responsabilidade dela".

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