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Dissidentes do PMDB querem liberdade nos Estados após renovação de apoio ao PT

Do UOL, em Brasília

10/06/2014 20h49

Deputados federais do PMDB contrários à aliança nacional do partido com o PT defenderam nesta terça-feira (10) liberdade para fazer coligações nos Estados.

Também hoje o PMDB renovou a parceria e o apoio à reeleição de Dilma Rousseff em convenção nacional com 398 votos para manter a aliança (59% do total), contra 275 que queriam a ruptura com o PT.

“Viemos aqui cumprir o que estava determinado com o Michel [Temer, vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB], mas no Estado do Espírito Santo estamos livres para fazer a aliança que quiséssemos. [...] Não estaremos fazendo nenhuma aliança com o PT até pelo tratamento que foi dado nacionalmente”, disse a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES).

Para Rose, a maioria dos peemdebistas votou pela aliança em respeito a Temer.

"Ela [Dilma] precisa do PMDB. Essa não é uma eleição fácil", afirmou Rose.

A deputada também reclama da aliança firmada em 2010. “O PT não gosta do PMDB. A convivência foi horrível. Ela não foi convivência respeitosa a altura do que o partido dá como contrapartida dessa aliança sustentando todas as bandeiras, todas as propostas, votando. Se o PMDB não votar no plenário, o governo não teria a maioria [no Congresso]."

Outro membro dissidente da aliança, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), também destaca a liberdade de coligação estadual. “O PMDB não é um partido que aceita simplesmente ser capacho ou está a serviço do PT”, disse o deputado.

O parlamentar destaca os 41% votos contrários à manutenção da aliança com o PT. “É muito significativo porque eles queriam passar o rolo compressor por cima de nós, dizendo que tinham mais de 80% dos votos. E mais uma vez o PMDB mostrou que tá vivo.”

Dissidentes

Nos últimos meses, alguns membros do PMDB ameaçaram romper a aliança. Esses dissidentes lideraram na Câmara dos Deputados uma rebelião contra o Palácio do Planalto e dificultaram votações de interesse do governo federal.

Um dos projetos prioritários para o governo que sofreu esse tipo de resistência foi a votação do Marco Civil da Internet, que trancou a pauta legislativa em outubro passado e só foi aprovado em abril deste ano.

Para o grupo dissidente, o governo Dilma não incluiu o PMDB nas decisões de governo. “Eu particularmente não tenho nenhuma simbiose com o PT pelo comportamento dado, pela reciprocidade da nossa parceria. A reforma tributária que nós defendemos, as propostas que nós trouxemos, nunca nosso partido foi ouvido”, declarou Rose.

Há também discordância da postura do PT por priorizar candidaturas próprias em alguns Estados.