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Em convenção nacional, PDT oficializa apoio à reeleição de Dilma

Ao lado de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT (dir.), a presidente Dilma Rousseff segura rosa, que faz parte do símbolo do partido, durante convenção nacional da sigla - Joel Rodrigues/Folhapress
Ao lado de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT (dir.), a presidente Dilma Rousseff segura rosa, que faz parte do símbolo do partido, durante convenção nacional da sigla Imagem: Joel Rodrigues/Folhapress

Carolina Gonçalves e Yara Aquin

Da Agência Brasil, em Brasília

10/06/2014 13h45

O Diretório Nacional do PDT (Partido Democrático Trabalhista) oficializou nesta terça-feira (10), durante convenção nacional do partido, o apoio à reeleição da presidente Dilma Roussef e do vice-presidente Michel Temer (PMDB). A posição do PDT já tinha sido sinalizada em abril deste ano, depois de uma reunião da Executiva Nacional com dirigentes do partido e as bancadas na Câmara e no Senado.

O presidente da legenda, Carlos Lupi, que já ocupou o comando do Ministério do Trabalho durante o governo Dilma - pasta que hoje está nas mãos do pedetista Manoel Dias, explicou, na época, que a formalização do apoio só poderia ocorrer na convenção.

A presidente Dilma Rousseff agradeceu o apoio e afirmou que PT e PDT têm compromisso e aliança históricos “porque temos as mesmas ambições políticas do povo brasileiro. Queremos um país escolarizado que tenha na educação dois caminhos. A educação para nós significa manter os ganhos de distribuição de renda e fazê-los avançar”. Segundo ela, os esforços para dirimir a miséria no país é apenas um primeiro passo e a educação é responsável por consolidar essas políticas.

“O PDT para minha aliança é algo fundamental. Participa do núcleo de minhas alianças. Juntos somos invencíveis. Separados somos fracos”, afirmou ao lembrar de nomes que participaram da história da legenda como Getúlio Vargas e Leonel Brizola. Dilma elencou resultados alcançados pelo seu governo e atribuiu parte do êxito a parceria com o PDT, como a criação de quase 5 milhões de empregos formais e a elevação do salario mínimo que, segundo ela, alcançou os 70% apenas na fase em que esteve no comando do país.

A presidente garantiu que a inflação no país está sob controle, desmentindo linhas de análise econômica que apontam uma direção contrária. Ela lembrou que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a taxa da inflação chegou a 12,42%. “No governo Lula chegou a 7,2% e nos meus três primeiros anos garanti que ficasse em 7,08%. Todos sabem que a inflação tem ciclos.Tem 15 anos que funciona assim”, afirmou.

Dilma ainda atacou os críticos e pessimistas em relação aos programas do seu governo que agora, segundo ela, querem se apropriar dos resultados. O Bolsa Família tem sido objeto de disputa entre os potenciais candidatos à presidência mesmo antes do período eleitoral iniciar oficialmente. “O Bolsa Família está seguro nas nossas mãos porque construímos o Bolsa Família, mudamos sempre que necessário e transformamos em um caminho de ascensão social. Um programa é feito por quem tem vontade politica de fazer e se arrisca contra tudo e todos”, afirmou. Segundo ela, os que criticavam, agora dizem que os programas não são mérito de ninguém e que podem ser usados por todos. “É oportunismo do mais deslavado nível”, completou.

Apesar do apoio a Dilma ter maioria na convenção, a posição foi questionada por alguns filiados críticos às políticas do atual governo. O presidente da legenda ressaltou que o projeto do governo Dilma é o mais próximo dos objetivos do PDT. Um grupo de cerca de 15 pessoas do Movimento Juventude Socialista tentou impedir a entrada de Dilma à sede do partido em Brasília, hoje, onde ocorreu a convenção. Os jovens entoavam, em coro, gritos de “Não vai entrar. Não somos capacho do governo”.

Na tentativa de minimizar as divergências e uniformizar o apoio entre os filiados, o ministro Manoel Dias ressaltou resultados alcançados pelo atual governo. “Entre as candidaturas que estão postas só uma tem condição de continuar beneficiando os trabalhadores com políticas de distribuição de renda, de melhoria do salario mínimo e de geração de emprego. Criamos um ciclo virtuoso e não há sinais de que isto vai parar”, afirmou.

Durante a convenção, os partidários iniciaram as conversas sobre as alianças estaduais que, na maioria dos casos seguirá a orientação nacional, segundo Lupi. As exceções devem ficar com Minas Gerais e Pernambuco. Na disputa pelo governo pernambucano o partido está dividido entre Paulo Câmara (PSB) para o governo estadual e o senador Armando Monteiro (PTB).

Em Mato Grosso, o candidato do partido será o senador Pedro Taques. Segundo Lupi, onde o PDT tiver candidato a governador, como no Acre, Amapá, São Paulo e Brasília, a direção estadual terá liberdade para construir suas alianças regionais com autorização da executiva nacional.

As convenções para a escolha de candidatos a governador, vice-governador, senadores e deputados vão ocorrer entre hoje e 30 de junho. No Distrito Federal também ainda não há consenso, apesar do senador Cristovam Buarque garantir o apoio ao PSB, que terá como candidato o atual senador Rodrigo Rollemberg. A expectativa é que ainda hoje algumas conversas já avancem. Uma das disputas que podem ser definidas ainda hoje é a pelo governo do Maranhão.

O PDT é um dos primeiros partidos a realizar o encontro que precede a disputa eleitoral deste ano, reunindo integrantes do Diretório Nacional e do Conselho Político, os presidentes de movimentos e das comissões provisórias estaduais, os delegados dos diretórios estaduais e os parlamentares que integram as bancadas do PDT no Senado e na Câmara.