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Aos 83, morre o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio

Em sua página no Twitter, o PSOL lamentou a morte de Plínio de Arruda Sampaio, ex-candidato do partido à presidência em 2010 - Reprodução
Em sua página no Twitter, o PSOL lamentou a morte de Plínio de Arruda Sampaio, ex-candidato do partido à presidência em 2010 Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

08/07/2014 17h31

O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, 83, morreu na tarde desta terça-feira (8) em São Paulo. O ex-candidato do PSOL à presidência da República em 2010 tratava um câncer ósseo no hospital Sírio-Libanês, onde estava internado há um mês. No dia 26 de julho, Plínio completaria 84 anos de idade. A missa está prevista para ocorrer na manhã desta quarta-feira.

Em 2010, ele ficou em quarto lugar na disputa ao Planalto, com 886 mil votos, pelo PSOL. Socialista, católico e um ávido internauta, Plínio acompanhou as transformações políticas do país com uma participação ativa nos últimos 60 anos.

Na adolescência, Plínio integrou o Movimento Juventude Estudantil Católica e, mais tarde, formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco. Ele começou na política no extinto Partido Democrata Cristão. Eleito deputado federal em 1962, foi relator do Programa de Reforma Agrária do governo João Goulart, mas acabou cassado durante a ditadura militar e foi para o exílio. Foi também diretor do "Correio da Cidadania" e consultor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação).

Um dos fundadores do PT, Plínio de Arruda Sampaio participou da campanha das "Diretas Já!". Elegeu-se deputado federal constituinte em 1986, quando defendeu uma reforma agrária que previa o fim dos latifúndios. Na Assembleia Nacional Constituinte, foi vice-líder do PT em 1987 e, em 1988, substituiu o então líder Luiz Inácio Lula da Silva no comando da bancada. Após 20 anos, Plínio deixou o partido m 2005, filiando-se ao PSOL.

Católico, ele afirmava que sempre administrou bem a devoção ao marxismo e à Igreja. "O Marx é um instrumento para analisar a realidade. Mas, quando extrapola, aí já não me interessa", afirmou à coluna de Mônica Bergamo. "Sou cristão, acredito em Deus."

Partido e amigos lamentam

Apesar de ter sido adversário de Plínio na disputa de 2010,  o ex-governador de São Paulo, José Serra, mantinha uma amizade de décadas com Plínio. Em nota, o tucano chamou o amigo de "um político incomum": "Plínio de Arruda Sampaio foi um grande amigo. Isso resume minha relação com ele. Nos longos anos de exílio convivemos intensamente, em Santiago do Chile, em Washington, e na Universidade de Cornell. Dele e de sua mulher, Marietta, sempre recebi afeto e, quando foi necessário, solidariedade. Depois que voltamos ao Brasil, tomamos rumos diferentes na política, mas a relação básica de amizade sempre permaneceu. A mesma relação que tenho com seus seis filhos, que conheci desde que eram crianças. Plínio foi um político estudioso e coerente na prática de suas ideias. Ou seja, um político incomum."

Em nota oficial, o PSOL disse que o partido e o país “perderam um grande protagonista da história recente e da luta pela justiça social e pela democracia no Brasil”. O presidente nacional da sigla, Luiz Araújo, disse que o partido se solidariza com a família de Plínio de Arruda Sampaio. “Continuaremos levando adiante os ideais por justiça social defendidos incansavelmente por ele.”

O deputado federal e colega de partido Ivan Valente (SP) disse em sua página no Facebook que o Brasil perde um “grande defensor da democracia, dos direitos sociais e dos excluídos. Uma grande perda para a esquerda e para todo o país.”

Randolfe Rodrigues, senador pelo PSOL, disse em seu Twitter receber com “tristeza e pesar a notícia do falecimento do nosso mais entusiasta e jovem militante."

Luciana Genro, candidata à Presidência pelo PSOL, lamentou a morte do colega no Facebook. "Acaba de falecer Plínio de Arruda Sampaio. Estamos muito tristes com a notícia da perda de um símbolo histórico da esquerda brasileira. Para aqueles que quiserem prestar solidariedade, em breve maiores informações. Por agora, solidariedade aos familiares e amigos próximos."

Cristovam Buarque, senador pelo PDT, também lamentou a perda pelo Twitter. “O Brasil acaba de perder um grande patriota, com consciência de nossos problemas propostas para uma sociedade justa. O meu abraço e a minha admiração."

O governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro, também usou o Twitter para lamentar a morte de Plínio. “O Brasil perde um grande brasileiro e a democracia um incansável lutador.”

Dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro, também mandou sua mensagem pelo microblog: “Nosso irmão e amigo Plínio de Arruda Sampaio partiu para a Terra Prometida. Paz e bem no Reino da Vida”.

Jandira Feghali (PC do B-RJ), deputada federal, postou em sua conta no Twitter: "Plínio de Arruda sempre será lembrado pela sua luta na história do Brasil. Vá em paz, querido."

Luiza Erundina (PSB-SP), deputada federal e ex-colega de PT de Plínio, disse em sua conta do Twitter que a morte do ex-deputado causa "profunda tristeza e, ao Brasil, uma enorme perda". 

Em nota, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deixou seus sentimentos à família. "Plínio de Arruda Sampaio dedicou sua vida a um Brasil justo, solidário e democrático. Foi um promotor de Justiça exemplar; um deputado constituinte vibrante; um homem público de convicções. Em nome dos paulistas, deixo meus sentimentos à sua família."

Em seu perfil no Twitter, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, deixou sua mensagem para os familiares e admiradores de Plínio de Arruda Sampaio. "Grande tristeza: falecimento de Plínio de Arruda Sampaio, com quem convivi em 90, quando foi candidato a governador. Brasileiro que honrou a política", afirmou.

O senador Eduardo Suplicy falou de sua relação de "carinho, amizade e fraternidade" com Plínio e disse que o amigo sempre o apoiou, mesmo depois de trocar o PT pelo PSOL em 2005. "Estarei no velório e se puder vou a Brasília fazer um discurso, em homenagem a um dos maiores homens públicos brasileiros que conheci", afirmou Suplicy. 

*Com Agência Brasil e Agência Estado