"Nunca vi tanto dinheiro na vida", diz procurador sobre Operação Lava Jato
O esquema de lavagem de dinheiro revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, movimentou uma quantia “enorme”, segundo informou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta sexta-feira (18). “Eu nunca vi tanto dinheiro na minha vida. É muito dinheiro”, disse, sem revelar números.
Segundo a Polícia Federal, o esquema movimentou cerca de R$ 10 bilhões, mas o procurador não quis confirmar o valor.
Janot contou que as investigações indicam que o dinheiro teria sido usado para diferentes fins, num esquema envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, além de políticos e empresários.
“É um esquema enorme de lavagem de dinheiro e esse dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade, tem campanha, corrupção, são vários destinos dessas importâncias. O volume do dinheiro é enorme e as investigações procedem”, afirmou em entrevista coletiva em Brasília. Na entrevista, Janot fez um balanço da PGR no semestre, e falou sobre mensalão e eleições, entre outros assuntos.
Para não atrapalhar as investigações, que correm em sigilo, Janot não deu detalhes sobre o envolvimento de políticos, mas ressaltou que as eleições de outubro não vão interferir na apuração, mesmo que haja candidatos entre os suspeitos.
“São pessoas eventualmente investigadas e estamos atrás dessas pessoas. As investigações começaram antes e muito antes do processo eleitoral. O que a gente não pode fazer é deixar de trabalhar por causa do processo eleitoral", disse.
Ele ressaltou, porém, que terá o cuidado para que as apurações não tenham “uso político”. "O que a gente não pode fazer é uso político das investigações. Esses nomes serão revelados quando a investigação estiver madura para ir a juízo. Isso pode acontecer ou não antes de outubro.”
Segundo as investigações da PF, Paulo Roberto Costa ajudou empresas de fachada mantidas por Youssef a fechar contratos com a estatal, o que é negado por Costa.
Sobre o dinheiro que o ex-diretor teria no exterior, o procurador-geral informou que o governo suíço já compartilhou os dados a respeito das movimentações nessas contas bancárias.
Em junho, o Ministério Público da Suíça conseguiu bloquear US$ 23 milhões depositados em contas que seriam do ex-diretor da Petrobras.
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