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Deputado federal do MT é cassado acusado de compra de votos

Jorge Estevão

Do UOL, em Cuiabá

22/07/2014 17h07

O deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) foi cassado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), na manhã desta terça-feira (22), por 4 votos a 1. O parlamentar era acusado de compra de votos e caixa 2 na campanha à Câmara de Deputados em 2010. Cabe recurso da decisão.

O voto do relator do processo, o juiz eleitoral José Luiz Blaszak, foi seguido pelos colegas Agamenon Alcântara Moreno e Pedro Francisco da Silva, e a desembargadora Maria Helena Póvoas. O juiz Samuel Franco Dália foi quem votou contrário.

A ação contra Júlio Campos foi movida pelo MPF (Ministério Público Eleitoral). Ele foi eleito com pouco mais de 72 mil votos.

Conforme o MPE, o dinheiro para a compra dos votos de Júlio Campos aconteciam por meio das empresas de seu filho, o candidato a deputado estadual Júlio Campos Neto (DEM).

O deputado federal, segundo o MPE, utilizava a sede da empresa da qual é sócio majoritário, a Empreendimentos Santa Laura, para distribuir vales de supermercados e abastecimento de veículos para obter votos. 

Os tíquetes teriam sido trocados em supermercado  em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, e em posto de combustíveis, na capital de MT.

Além da cassação, o juiz relator também votou pela aplicação de multa em 50 mil UFIRs (R$ 53 mil) e ilegibilidade por 8 anos. Quem deve ocupar a vaga de Júlio Campos é a viúva do ex-governador Dante de Oliveira, Thelma de Oliveira (PSDB).

Júlio Campos exerce o último ano dos quatro de mandato de deputado federal. Ele já anunciou o encerramento da carreira parlamentar depois de ter exercido cargo de governador de Mato Grosso e senador da República.

Outro lado

O advogado José do Patrocínio disse ao UOL que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –quando a sentença em primeira instância não pode ser executada até o julgamento do recurso.

De acordo com Patrocínio, não há provas contra o deputado.

“A decisão do pleno do TRE foi baseada em indícios. A Polícia Federal esteve no local onde supostamente havia compra votos e não achou sequer um título eleitoral ou relação com nomes”, disse o advogado, que afirma respeitar a decisão do TRE.

“Confio que o deputado será mantido no cargo”, afirmou.