Conselho de Ética suspende sessão sem votar parecer contra André Vargas

O Conselho de Ética suspendeu a sessão desta terça-feira (5) sem votar o parecer contra o deputado federal André Vargas (sem partido-PR), que poderá resultar até na perda do seu mandato.

Pelo regimento da Câmara, as comissões devem interromper as suas atividades quando tem início a sessão no plenário da Casa.

O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), havia lido o seu relatório e acabara de rasgar o envelope com o seu voto dentro quando, às 18h45, foi informado de que a Ordem do Dia tinha começado no plenário.

O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), suspendeu, então, a sessão para ser retomada após a sessão do Congresso, que não tem hora para terminar. Caso na volta não haja quórum mínimo de 12 parlamentares (11 integrantes além do presidente), ele já deixou uma sessão convocada para amanhã às 9h.

Na sessão de hoje, que foi bastante tumultuada, Vargas chegou a bater boca com o relator, a quem acusa de ser parcial e de não ter lhe dado direto a defesa.

Ele chegou a apresentar um requerimento pela substituição de Delgado argumentando que ele antecipara o seu voto pela imprensa, mas teve seu pedido negado. Vargas tentou, então, convencer o relator a aceitar que ele e outras testemunhas fossem ouvidos amanhã.

Delgado rebateu e disse que não poderia acatar o pedido uma vez que, pelo regimento, ele já havia encerrado a fase de instrução do processo, mas que ouviria Vargas hoje mesmo.

O ex-petista não concordou e saiu nervoso do plenário. Aos jornalistas, ele informou que irá recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir mais prazo para o depoimento de testemunhas e dele próprio.