Governo vai insistir em acesso a delação premiada de Costa, diz Cardozo
Após negativa da Polícia Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (10) que pretende se reunir com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre hoje e amanhã para insistir no seu pedido para ter acesso ao conteúdo do depoimento, sob segredo de Justiça, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor, em seu acordo de delação premiada, acusou diversas autoridades, incluindo um ministro, senadores e deputados, de receberem propina em um esquema de desvio de dinheiro público da estatal a partir de contratos superfaturados.
“Se não for hoje, seguramente, amanhã”, afirmou Cardozo ao deixar cerimônia no STF (Supremo Tribunal Federal).
Mais cedo, Janot disse a parlamentares que não iria liberar o acesso ao depoimento.
O ministro endossou discurso do Planalto de que é necessário que o Executivo saiba das acusações para poder, eventualmente, punir pessoas. “Avaliamos que é de fundamental importância que o Executivo saiba de fatos que, obviamente, possam implicar em medidas corretivas que a presidente da República sempre teve como padrão tomar em situações em que se verificam práticas de atos ilícitos.”
Segundo o ministro, não há prazo para Janot dar um retorno, mas que “ele disse que faria com rapidez”.
Ele acrescentou não saber quem são as pessoas delatadas por Costa e os crimes a elas atribuídos. “Está sob absoluto sigilo e a lei assim impõe.”
Cardozo ponderou, no entanto, que a intenção é não interferir nas investigações. “Vamos ver o despacho qual será. Seja qual for, nós ressaltamos claramente que, em nenhum momento, queremos prejudicar as investigações. Isso está no meu pedido, está, inclusive, expresso. Queremos que as investigações se realizem. É muito importante que elas coloquem tudo às claras.”
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