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CPI da Petrobras prorroga prazo até janeiro e convoca contadora de doleiro

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

17/09/2014 18h15

O presidente da CPI da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira (17) que a comissão será prorrogada até meados de janeiro de 2015. A alteração do prazo de conclusão da investigação ocorre para compensar a interrupção das reuniões do colegiado durante o recesso parlamentar de julho.

A comissão também aprovou um requerimento para convocar para depor a contadora Meire Poza, que prestava serviços para o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal desde março.

O colegiado vai solicitar à PF os documentos referentes ao depoimento da contadora à instituição.

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, Meire afirmou que o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebia dinheiro de Youssef.

Na sessão desta quarta-feira, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras compareceu à CPI para depor, mas se manteve calado. Como ele foi convocado como investigado, tem direito a permanecer em silêncio para não se comprometer.

Contrariados com o silêncio de Costa, parlamentares da oposição tentaram associar o ex-diretor ao mensalão petista e criticaram a presidente Dilma Rousseff e o PT.

Parlamentares da oposição queriam que a sessão fosse fechada para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras a falar, mas o presidente da CPI manteve aberta após votação com os parlamentares presentes. Foram 11 votos a favor de manter a sessão aberta contra 9 que queriam a reunião restrita a parlamentares.

Senadores e deputados governistas afirmaram durante a audiência que a oposição tentava transformar o depoimento de Costa em um "palanque" para prejudicar o desempenho de candidatos aliados e do governo na reta final das eleições.

Já a oposição acusou governistas de tentar evitar que a sociedade soubesse a verdade sobre as irregularidades na Petrobras.

Costa foi preso em março com a deflagração da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Para tentar reduzir a pena em uma possível condenação, Costa decidiu no meio de agosto contribuir com as investigações, por meio de delação premiada.

Segundo as revistas "Veja" e "IstoÉ", Costa revelou o nome de governadores e parlamentares que teriam recebido propina para auxiliar no fechamento de contratos da Petrobras.

Membros da CPI irão se encontrar com os ministros Teori Zavascki, relator de processos da Lava Jato no Supremo, e Ricardo Lewandowski, presidente da Corte, no final da tarde desta quinta-feira (18) para tratar dos documentos da delação premiada de Costa.