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Em um ano de prisão, Dirceu leu 60 livros e perdeu mais de 10 kg

À esquerda, José Dirceu em 15.nov.2013, quando foi preso; à direita, o ex-ministro nesta terça-feira (4) - Efe e Folhapress
À esquerda, José Dirceu em 15.nov.2013, quando foi preso; à direita, o ex-ministro nesta terça-feira (4) Imagem: Efe e Folhapress

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

04/11/2014 21h10

A qualidade da comida servida na prisão e uma rotina de exercícios diários fizeram com que o ex-ministro José Dirceu, 68, perdesse cerca de 10 kg no período em que ficou na penitenciária da Papuda, em Brasília, onde permaneceu durante um ano.

Condenado a 7 anos e 11 meses, em regime semiaberto, por corrupção ativa, Dirceu deixou a prisão na tarde desta terça-feira (4), após obter o direito de cumprir o restante da pena em regime aberto. O ex-ministro está bem mais magro do que quando foi preso, em 15 de novembro do ano passado, e aparenta estar abatido.

“Comida de cadeia não é exatamente uma iguaria, né?”, brinca o escritor e jornalista Fernando Morais, que está escrevendo uma biografia de Dirceu. “Ele emagreceu um pouco mais de dez quilos. Nessa idade, emagrecer faz a pessoa parecer mais velha. Mas ele não só está bem de saúde como está com a cabeça muito boa”, diz Morais, que esteve com o ex-ministro em um jantar há cerca de três semanas, quando o petista obteve autorização para dormir na casa da filha, em Brasília.

De acordo com a assessoria de Dirceu, além de fazer dieta, ele manteve uma rotina de exercícios diários. Em menos de um ano, leu cerca de 60 livros de política, economia, biografias, entre outras áreas.

Embora não tenha cumprido um sexto da pena --cerca de 1 ano e 4 meses--, o ex-ministro antecipou a progressão do regime semiaberto ao aberto por ter estudado e trabalhado durante todo tempo em que esteve na Papuda.

Enquanto ficou no regime fechado, esperando autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para trabalhar e cumprir a pena no semiaberto, Dirceu trabalhou dentro da Papuda. Suas tarefas eram cuidar da limpeza do pátio e organizar a biblioteca do presídio. O ex-ministro também fez curso de especialização em Direito, oferecido pelo sistema penitenciário a todos os detentos.

Em junho, com autorização da Suprema Corte, Dirceu passou a trabalhar no escritório de advocacia de José Gerardo Grossi, seu amigo --o petista ainda não decidiu se permanecerá no escritório agora que migrou ao semiaberto.

Dirceu continuará morando em Brasília, na casa de uma das filhas. Pelas regras do regime aberto, o ex-ministro tem de estar em casa entre 21h e 5h. Nos finais de semana e feriados, não pode sair de casa. Para viajar, precisa de autorização da Vara de Execuções Criminais.