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Polícia Federal prende 17 pessoas em SP, RJ e BA na operação Lava Jato

Do UOL, em Brasília

14/11/2014 18h09

A Polícia Federal prendeu 17 pessoas nesta sexta-feira (14) durante a sétima fase da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e desvio de verba pública no valor estimado de R$ 10 bilhões.

Segundo balanço parcial divulgado na tarde de hoje, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva na cidade de São Paulo. Outros treze mandados de prisão temporárias foram cumpridos, seis na capital paulista, quatro no Rio, um em Santos (SP), um em Osasco (SP) e um em Salvador. A PF, no entanto, não divulgou os nomes dos presos nem detalhes sobre quais mandados não foram cumpridos.

No entanto, sabe-se que estão entre os presos os executivos das empresas OAS, da Camargo Corrêa Construções, da Iesa Óleo e Gás, da UTC e da Construtora Queiroz Galvão. Também foi preso o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

Dos nove mandados de condução coercitiva – quando a pessoa não é presa, mas é obrigada a prestar esclarecimentos-, seis foram cumpridos. São dois em São Paulo, dois em Belo Horizonte e um no Rio e outro em Recife.

Foram executados ainda 49 mandados busca e apreensão. Deste total, 29 foram em São Paulo; 11 no Rio; 2 no Recife, em Curitiba, em Belo Horizonte; e um em Jundiaí, Santos e Distrito Federal.

Esta etapa da operação lava Jato é caracterizada pela investigação de empreiteiras que são suspeitas de financiar o caixa de partidos políticos e campanhas eleitorais, por meio de contratos superfaturados com a Petrobras.

As empreiteiras investigadas por suposto pagamento de propina a políticos, receberam durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) -- de 2011 até outubro deste ano --, R$ 8,3 bilhões por obras ou serviços. Somente no ano passado foram pagos R$ 3 bilhões. A Odebrecht foi a que mais recebeu dinheiro em 2013: R$ 1,1 bilhão.

Essas empresas são as mesmas que mais financiaram campanhas eleitorais neste ano e doaram pelo menos R$ 105 milhões a deputados eleitos e presidenciáveis -- esses últimos ainda em dados parciais, à espera da prestação de contas final, de acordo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Para o jurista, escritor e um dos autores da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis, a nova fase da Operação Lava Jato é "pedagógica" e denuncia o dano causado pelo financiamento privado.

"[A operação] Nos mostra como o tema do financiamento de campanhas deve estar no centro da reforma política, que não pode se contentar com mudanças periféricas ou cosméticas. Sem a proibição da doação de pessoas jurídicas devemos nos acostumar com as grandes manchetes sobre a corrupção política. A doação empresarial de campanha é uma fábrica de escândalos", disse.