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Protesto contra Dilma reúne 6.000 em SP, mas exclui pedido de impeachment

Márcio Neves

Do UOL, em São Paulo

15/11/2014 15h22Atualizada em 15/11/2014 16h22

Pelo menos 6.000 pessoas protestam contra o governo de Dilma Rousseff e contra os escândalos de corrupção da Petrobras neste sábado (15), em São Paulo, segundo estimativa da Polícia Militar. O protesto acontece na avenida Paulista, e segue em dois grupos: um que parte da avenida rumo à praça da Sé e outro que segue até o Segundo Comando Militar do Sudeste, próximo ao parque Ibirapuera, na zona sul.

O tom do protesto, no entanto, mudou em relação às últimas manifestações contra a petista, que pediam o impeachment ou anulação do pleito. Auto-falantes de carros de som avisam que respeitam os resultados eleitorais e que não vão pedir pela saída da presidente. "Hoje só queremos o fim da corrupção e zelar pela democracia", bradam.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi candidato à vice-presidência na chapa de Aécio Neves, participa do evento. Segundo o tucano, o protesto "é uma oportunidade da população protestar contra os recentes escândalos da Petrobras".

O deputado federal Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) estão em um dos cinco carros de som que andam no sentido da avenida Brigadeiro Luis Antônio, na região central.

Grande parte dos manifestantes seguram bandeiras do Brasil e usam roupas nas cores verde e amarela. Alguns deles queimaram uma bandeira da campanha de Dilma e pisaram no que restou dela aos gritos “Fora Dilma”, “fora PT”.

Avenida parcialmente interditada

A avenida Paulista está interditada a partir do Museu de Arte de São Paulo (Masp) até a avenida Brigadeiro Luís Antônio, nos dois sentidos. A PM mantém uma unidade móvel em frente ao museu com câmeras, e dois PMs filmam os manifestantes.

Na última manifestação semelhante cerca de 2.500 pessoas participaram do protesto, segundo estimativa da Polícia Militar. Além do impeachment de Dilma, parte dos presentes defendeu um golpe militar para retirar Dilma do poder.

Esquerda versus direita

Na quinta-feira (13), diversas organizações de esquerda, entre elas o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram um protesto em resposta à manifestações pela derrubada do governo. Segundo a PM, cerca de 12 mil pessoas foram ao protesto.

No ato, os manifestantes defenderam a realização de uma série de reformas populares, entre elas a política --por meio de uma constituinte e de um plebiscito--, a urbana, a agrária e a tributária. Os presentes também defenderam a democratização da comunicação e a desmilitarização da polícia.