Topo

Defesa de ex-diretor da Petrobras pede acesso a depoimento de delatores

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

19/11/2014 15h08

Os advogados do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, pediram, nesta quarta-feira (19), acesso aos depoimentos dos suspeitos de pertencer ao esquema de corrupção na Petrobras que fizeram delação premiada.

O esquema é investigado pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato. Segundo a defesa de Duque, suspeito de participar do grupo, o ex-diretor não teria como se defender sem saber do que é acusado.

O pedido feito pelos advogados de Duque foi feito à Justiça Federal do Paraná, onde tramita o processo que deu origem à operação Lava Jato. Entre os depoimentos aos quais Duque quer ter acesso estão os dados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa; do doleiro Alberto Yousseff e dos executivos Toyo-Setal Augusto Ribeiro de Mendonça e Júlio Gerin de Almeida Camargo. A defesa também pediu acesso ao depoimento de Pedro Barusco, ex-braço direito de Duque. 

A dupla relatou, em depoimento, que o mesmo esquema de pagamento de propinas que supostamente ocorria na diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, também acontecia na diretor de Serviços, comandada por Duque até 2012.

“É prerrogativa fundamental do homem, como prevê a Carta Magna, que se saiba do que se está sendo acusado. É o mínimo quando se vive em um estado democrático”, diz o pedido.

Duque foi preso na última sexta-feira (14) durante a sétima fase da operação Lava Jato. Ele comandou a direção de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2012. Segundo depoimento prestado por um ex-subordinado, Pedro Barusco, Duque recebia propinas de empreiteiras que mantinham contratos com a estatal. Barusco não foi preso pois está colaborando com as investigações da Polícia Federal. 

Na última terça (18), o STF negou novamente acesso à delação premiada de Paulo Roberto Costa à CPI da Petrobras.