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PF vai investigar suposto vazamento de informações da operação Lava Jato

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

19/11/2014 11h03

A Polícia Federal vai realizar uma “investigação preliminar” para apurar a origem do possível vazamento de informações da sétima fase da operação Lava Jato. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do órgão nesta quarta-feira (19). A suspeita de vazamento da operação foi apontada pela PF e admitida por advogados de executivos da Engevix na última terça-feira (18). A PF informou que, se entender necessário, pode instaurar inquérito policial para apurar o caso.

Na última sexta-feira (14), dia em que foi deflagrada a sétima fase da operação, agentes da PF se surpreenderam ao se deparar com advogados acompanhando executivos da OAS durante o cumprimento de mandados de prisão. A data da operação e as pessoas envolvidas deveriam ser informações sigilosas. Segundo a PF, a presença de advogados junto a executivos no dia da operação indica o vazamento.

Em ofício encaminhado à Justiça Federal do Paraná, o delegado da PF Márcio Adriano Anselmo afirmou que “no curso do cumprimento dos mandados de busca e apreensão na empresa OAS, os policiais foram surpreendidos, quando chegaram na madrugada, com a presença de três advogados no local”, em São Paulo.

Outro indício apontado pelo delegado de que pode ter havido vazamento da operação foi a viagem feita por José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS. Ele mora em São Paulo, mas foi preso em Salvador, para onde viajou na véspera da operação. “Os elementos indicam que teria ocorrido vazamento das diligências”, disse o delegado Márcio Adriano Anselmo.

Os advogados do executivo Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, admitiram ter ouvido boatos sobre uma possível operação em um pedido de habeas corpus encaminhado à Justiça Federal do Paraná. No pedido, os advogados alegam que “mesmo avisado pelos advogados acerca destes rumores [sobre a operação], Gerson não titubeou e manteve-se inerte em sua residência”.

A sétima fase da operação Lava Jato prendeu 24 pessoas entre executivos de empreiteiras, advogados e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.

Na última terça-feira (18), onze pessoas foram liberadas. A operação Lava Jato investiga o desvio de recursos públicos da Petrobras em um esquema avaliado em R$ 10 bilhões. Há suspeitas de que parte desse dinheiro alimentava o caixas de campanha de partidos como PT, PMDB e PP.