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Defesa de executivo propõe fim de doações a partidos em troca de liberdade

O vice-presidente executivo da Mendes Júnior, preso pela operação Lava Jato - Adi Leite/Valor
O vice-presidente executivo da Mendes Júnior, preso pela operação Lava Jato Imagem: Adi Leite/Valor

André Richter <br>Da Agência Brasil

21/11/2014 11h47

A defesa de Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da empresa Mendes Júnior, preso na sétima fase da operação Lava Jato da Polícia Federal, propôs nesta sexta-feira (21) à Justiça Federal o compromisso de não fazer doações em dinheiro a partidos políticos em troca da concessão de liberdade provisória com restrições.

No pedido encaminhado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigações, o advogado Marcelo Leonardo afirma que o executivo colaborou com as investigações, respondeu todas as perguntas formuladas pelos delegados da Polícia Federal e ainda confirmou que pagou propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e ao doleiro Alberto Youssef. A defesa argumenta ainda que Mendes também forneceu aos agentes da PF a senha do cofre instalado em sua casa no dia em que os mandados foram cumpridos.

Em troca da substituição de prisão preventiva, o vice-presidente se comprometeu a não participar, por meio da Mendes Júnior, de cartel para direcionar obras públicas; a fornecer os livros contábeis da empreiteira para os investigadores; não manter contato com outros investigados na operação; além de ficar em casa nos período noturno e nos dias de folga.

Sérgio Cunha Mendes está preso na Superintendência da PF em Curitiba. Em depoimento prestado à PF na terça-feira, Mendes relatou aos delegados da PF que foi obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef. Segundo ele, Youssef exigiu o pagamento da quantia para que a Mendes Júnior recebesse os valores a que tinha direito em contratos de serviços licitamente prestados e para continuar participando das licitações da Petrobras. De acordo com a defesa, foram feitos quatro pagamentos seguidos, de julho a setembro de 2011.