Justiça Federal mantém prisão de oito investigados na Lava Jato
A 8ª Turma do TRE (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região manteve nesta quarta-feira (17) a prisão preventiva de oito investigados na Operação Lava Jato. São eles: Sérgio Cunha Mendes, da Mendes Júnior; Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia; Dalton dos Santos Avancini, João Ricardo Auler e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Correa; Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Adelmário Pinheiro Filho, da OAS; e Fernando Soares (Fernando Baiano).
Ao votar pela manutenção da prisão, o relator dos processos da Lava Jato no TRE-4, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, afirmou que o escândalo da Petrobras é o maior da história do país. “Nunca tivemos no Brasil um caso dessa envergadura, dessa dimensão econômica. São crimes de alta lesividade ao patrimônio público.”
Segundo Gebran Neto, o juiz federal Sérgio Moro fez um detalhamento “cuidadoso e exaustivo” dos fatos, descrevendo como cada um dos réus foi apontado nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, além de ter apresentando relatórios de gravações telefônicas. “Justifica-se a adoção da prisão preventiva como forma de garantir a ordem pública, em face do risco de reiteração criminosa.”
Outro lado
O vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, disse em depoimento à PF no mês passado que foi obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões a Youssef. Segundo ele, o doleiro exigiu o pagamento da quantia para que a Mendes Júnior recebesse os valores a que tinha direito em contratos de serviços licitamente prestados e para continuar participando das licitações da Petrobras. De acordo com a defesa, foram feitos quatro pagamentos seguidos, de julho a setembro de 2011.
Em novembro, o presidente da divisão industrial da Galvão Engenharia, Erton Fonseca, disse em relato feito à Polícia Federal que um empresário recolheu propina de R$ 5 milhões, paga por uma empreiteira, dizendo-se representante da diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras, à época dirigida por um indicado do PT.
Já a Camargo Corrêa afirma que todos os seus pagamentos correspondem a serviços prestados e que nunca fez "pagamento ilegal". A OAS nega envolvimento em irregularidadades, assim como Fernando Baiano.
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