Topo

"Citado, qualquer um pode ser", diz líder do PMDB sobre lista de delator da Petrobras

Eduardo Cunha, líder da bancada do PMDB na Câmara - Sergio Lima/Folhapress
Eduardo Cunha, líder da bancada do PMDB na Câmara Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

19/12/2014 15h39Atualizada em 19/12/2014 17h19

O deputado federal e candidato do PMDB à Presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou ser necessário aguardar as investigações e o direito à ampla defesa para que o Legislativo se posicione a respeito dos políticos citados no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

"Só vi o nome de um deputado do PMDB, que não disputou a reeleição [o deputado federal Alexandre Santos]. Mas é preciso ver o contexto em que ele está sendo citado e dar o direito à defesa. Citado, qualquer um pode ser", disse Cunha durante almoço para promover a sua candidatura, nesta sexta-feira (19), no Leme, na zona sul do Rio de Janeiro.

Cunha declarou ainda acreditar que a pauta da Petrobras "domina o país" atualmente, e "aquilo que domina o país acaba tendo relevância dentro do parlamento". "É inevitável isso", afirmou.

Cunha também disse que, na condição de candidato à Presidência da Câmara, não se posicionará "nem contra nem a favor" à cassação de políticos envolvidos com o escândalo da Petrobras.

"Cabe ao presidente da Casa cumprir o regimento. O presidente não tem que defender nem apoiar quem quer que seja. Para cassar alguém, existe um rito no regimento", comentou o deputado.

Na opinião de Cunha, a CPI da Petrobras "não valeu nada", porque o conteúdo das delações premiadas não chegou ao Congresso. No entanto, ele disse acreditar que, com a conclusão das investigações por parte da Polícia Federal e com a divulgação dos depoimentos ouvidos durante a Operação Lava Jato, será "inevitável" criar uma nova CPI. "Se isso não acontecer, seria uma comissão tão morta como a atual", comentou.

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), também disse que pretende aguardar o resultado das investigações. Seu antecessor e padrinho político, Sérgio Cabral, foi um dos citados pelo ex-diretor da estatal, segundo reportagem do jornal "O Estado de São Paulo".

O chefe do Executivo fluminense destacou que, nos sete anos e quatro meses que foi vice de Cabral, não presenciou nem soube de nada que estivesse relacionado a ilegalidades envolvendo a Petrobras.

"Vamos esperar para ver. Vamos dar o direito de que as pessoas se defendam. (...) A gente tem que ter muita tranquilidade quanto a isso. As pessoas citam os nomes das pessoas. Eu procurei ver a matéria e não são informados valores, quantias", declarou Pezão.