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Após 12 anos de governo tucano, petista assume em MG anunciando auditoria

Fernando Pimentel (PT) toma posse do Governo de Minas Gerais durante cerimônia realizada na Assembleia Legislativa (AL-MG), em Belo Horizonte - Alez de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo
Fernando Pimentel (PT) toma posse do Governo de Minas Gerais durante cerimônia realizada na Assembleia Legislativa (AL-MG), em Belo Horizonte Imagem: Alez de Jesus/O Tempo/Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

01/01/2015 11h43Atualizada em 01/01/2015 12h39

Durante a solenidade de posse como governador de Minas Gerais na manhã desta quinta-feira (1º) na Assembléia Legislativa em Belo Horizonte, o governador Fernando Pimentel (PT) anunciou uma ampla auditoria nas contas do Estado, governado nos últimos 12 anos pelos tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia. Segundo Pimentel, o levantamento geral que será realizado por empresas de consultoria, nacionais e internacionais, deverá ficar pronto em 90 dias.

“Vamos criar um grupo executivo para apresentar um balanço geral. Não se trata somente de uma auditoria de contas públicas. É algo maior, é uma explicitação, do ponto de onde estamos partindo, como sociedade, em termos econômicos, sociais, de desenvolvimento humano e também, claro, das finanças. Nosso objetivo não é olhar para o passado, e sim definir o ponto de partida para o futuro”, afirmou o governador, durante a cerimônia.

A auditoria, segundo o petista, será mantida em seu governo, publicando anualmente suas conclusões e dando “maior transparência” ao governo. Sem citar os governos tucanos no Estado nem Alberto Pinto Coelho (PP), que deixa oficialmente hoje o governo, Pimentel informou que irá avaliar a situação do Estado e fazer o balanço da situação geral. Em relação ao secretariado, disse que “a composição foi política e técnica”. Entre os escolhidos, estão figuras envolvidas em escândalos, ex-ministros e o relator da CPI do Cachoeira.

“Se as empresas publicam balanço, a transparência nos exige que a sociedade acompanhe a situação do Estado”, disse.

Pimentel ainda afirmou que a população mineira terá também ampla participação na sua gestão.

“Só terei o sentimento de missão cumprida se for lembrado como governador da participação popular”, disse o governador. Pimentel também pediu aos empresários que reconheçam o governo de Minas Gerais como parceiro. O petista disse ainda que precisa trazer o governo mineiro para o século 21. “Não vamos governar trancado no gabinete, mas governar ouvindo os mineiros", disse.

Sem citar nomes, criticou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na sacada do Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro, logo após a transmissão do cargo feita por Pinto Coelho.

Durante sua fala, de aproximadamente 20 minutos, para cerca de 2.000 pessoas que se aglomeravam nos jardins do Palácio da Liberdade, Pimentel repetiu mote que usou à exaustão durante a campanha eleitoral do ano passado, em que venceu o tucano Pimenta da Veiga, candidato escolhido pessoalmente pelo senador mineiro para o pleito estadual. “Minas Gerais não tem dono, não tem rei, não tem imperador. Quem é soberano nesse Estado é o povo.”

“O governo mineiro não é trampolim para ocupar outros cargos”, disse, em alusão a Aécio.

“As duas grandes mensagens dos mineiros nessas eleições foram a de que todos têm direito de participar e que a forma de governar tem de mudar. Vamos encerrar o governo que se esconde atrás de castas”, afirmou o governador. “Quero ser o governador que não será uma voz. Mas o governador que será um porta-voz dos anseios do povo. “Menos poder para os governos. Mais poder para as pessoas. Minas Gerais sempre foi maior do que os indivíduos.”

Logo após a posse e transmissão do cargo, Pimentel nomeou o secretariado e voou para Brasília, para participar da posse de reeleição da presidente Dilma Rousseff.