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Posse de segundo mandato de Dilma terá protestos e festa com petistas

Do UOL, em Brasília

01/01/2015 06h00Atualizada em 02/01/2015 13h00

A cerimônia de posse da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) vai contar com apoiadores do PT e alguns protestos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quinta-feira (1°).

Ao longo do mês passado, grupos contrários à reeleição da petista marcaram nas redes sociais atos contra a presidente para o dia de sua posse que acontece hoje.

Membros do Movimento Brasil Livre e do Revoltados On Line, movimentos contrários à administração petista, devem se concentrar na área próxima ao Museu da República, em Brasília, e protestar contra o início de mais governo Dilma. Também são esperados protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“Não acreditamos nas eleições, há diversas denúncias de fraude urnas durante as eleições, também protestamos contra o novo escândalo envolvendo a Petrobras [investigado pela Polícia Federal com a operação Lava Jato], e ineficiência do governo do PT”, declarou Marcello Reis, fundador do Revoltados On Line.

Além de expor faixas de protesto, o grupo deve vestir roupas ou faixas pretas e soltar balões da mesma cor.

Em contrapartida, a direção do PT nacional preparou uma festa para a posse do segundo mandato da petista. Estimativas do PT indicam que pelo menos 30 mil pessoas deverão participar da festividade. Segundo Florisvaldo Souza, a orientação da direção do partido é de que os militantes evitem cair nas provocações de manifestantes contrários à Dilma.

Questionado sobre um possível confronto entre militante pró e contra Dilma, Reis disse que o ato programado para esta quinta-feira apenas tem intenção de apresentar sua opinião contrária ao governo Dilma. “É apenas um ato civilizado para garantir o direito de expressão, porque isso é a democracia”, disse o fundador do Revoltados ON LINE.

A Polícia Militar do Distrito Federal vai aumentar em 25% o efetivo durante a festa de posse da presidente. A comparação é com a primeira posse de Dilma, em 2011.

Mas a corporação negou que o aumento tenha como motivo as suspeitas de protestos. No total, serão 4.000 homens, entre PMs, militares das Forças Armadas, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal que irão participar do esquema de segurança.

Cerimônia de posse

Dilma deve sair de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, 14h em carro fechado e segue em direção à Catedral Metropolitana de Brasília.

Às 14h45 a presidente inicia o cortejo tradicional no Rolls-Royce conversível presidencial. Dilma seguirá pela Esplanada dos Ministérios até a rampa do Congresso Nacional.

O vice-presidente, Michel Temer,  segue em outro carro logo atrás, acompanhado da mulher, Marcela Temer. 

Na sequência, Dilma e Temer irão subir a rampa do Congresso acompanhados dos chefes do cerimonial do Senado e da Câmara.

A rampa do Congresso estará cercada por Dragões da Independência. No alto da rampa, a presidente e o vice serão recebidos pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Dentro do Congresso, Dilma e Temer se encontrarão com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, e vão caminhar até o plenário da Câmara dos Deputados. Lewandowski também deve compor a Mesa da cerimônia, ao lado da presidente e do vice-presidente e dos presidentes do Senado e da Câmara.

A cerimônia de posse no Congresso contará com a presença de parlamentares, líderes partidários e chefes de Estado convidados, que estarão sentados nas cadeiras no plenário, e embaixadores e membros de delegações estrangeiras, que ficarão nas galerias da Câmara.

A sessão solene de posse será aberta e conduzida por Calheiros. Durante a cerimônia, serão feitas a leitura e a assinatura do termo de posse e, em seguida, será executado o Hino Nacional, pela Banda dos Fuzileiros Navais. 

Já empossada oficialmente, a presidente fará o tradicional pronunciamento sobre seu segundo mandato. Depois, a sessão deve ser encerrada.

Quando a cerimônia acabar, a presidente segue para o gramado em frente ao Congresso Nacional e passará em revista às tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sendo ainda homenageada com uma salva de 21 tiros.

Terminada a etapa do Congresso, Dilma voltará ao Rolls-Royce e seguirá para o Palácio do Planalto. Lá subirá a rampa e se dirigirá até o Parlatório, parte do edifício onde presidentes eleitos fazem discursos após a posse. O discurso é mais uma saudação da presidente recém-empossada à população e deverá ser menos formal que o do Congresso.

Como Dilma foi reeleita, não será feita a transmissão da faixa presidencial. Segundo o chefe do Cerimonial da Presidência da República, Renato Mosca, ela poderá receber a faixa do cerimonial – como ocorreu em 1999 na reeleição de Fernando Henrique Cardoso - ou já chegar ao Parlatório com a faixa – como aconteceu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007.

O discurso de Dilma no Parlatório poderá ser acompanhado pelos gramados ao lado do Congresso Nacional e pela Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.

Em caso de chuva, todo o roteiro externo da cerimônia será alterado. O desfile pela Esplanada dos Ministérios pode ser suspenso, e Dilma deve chegar ao Congresso pelo Salão Branco, conhecido como Chapelaria, e não pela rampa. A revista às tropas, ao final da cerimônia, também deve ser pela Chapelaria.

Para que não ocorram problemas foi realizado um ensaio de todo o processo no último domingo (28).

Dilma também receberá os convidados para um coquetel no Palácio do Itamaraty à noite. Pelo menos 27 chefes de Estado e de 66 delegações estrangeiras vão participar da posse da presidente.