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Devemos punir as pessoas, não destruir as empresas, diz Dilma sobre Petrobras

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/01/2015 17h30Atualizada em 28/01/2015 08h27

A presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a defender a Petrobras, alvo das investigações da operação Lava Jato, que apuram desvios de recursos públicos da estatal. A defesa foi feita durante discurso na primeira reunião ministerial comandada por ela em seu segundo mandato, nesta terça-feira (27), na Granja do Torto, em Brasília. “Temos que saber apurar, temos que saber punir. Isso tudo, sem enfraquecer a Petrobras”, disse a presidente.

Dilma também saiu em defesa das empresas privadas envolvidas em esquemas de corrupção. “Nós devemos punir as pessoas, não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil (...) Temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país. As empresas têm que ser preservadas. As pessoas que foram culpadas é que têm que ser punidas. Não as empresas”, afirmou.

A defesa feita pela presidente Dilma seguiu a mesma linha do discurso de sua diplomação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em dezembro do ano passado. A petista defendeu a apuração dos crimes supostamente cometidos na estatal, mas disse que é preciso reconhecer a importância da empresa para o país.

“A Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil, que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar, temos que saber punir. Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobras. Aliás, na [melhoria] de todas as empresas privadas, e nas empresas públicas em especial”, afirmou a presidente.

A Petrobras é alvo de investigações comandadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal que apuram a existência de um esquema que fraudava licitações e direcionava recursos para grupos políticos.

Entre as empresas investigadas na operação Lava Jato, estão grandes doadoras de campanha, como as construtoras Camargo Corrêa, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Engevix e Galvão Engenharia. Juntas, as empreiteiras doaram R$ 73 milhões às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Dilma recebeu R$ 53,3 milhões, enquanto o PSDB recebeu R$ 19,2 milhões.