Queremos saber o que há "dentro do embrulho" da Lava Jato, diz ministro do STF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello disse nesta segunda-feira (2) estar "curioso" pelo conteúdo da ação penal que a PGR (Procuradoria-Geral da República) deverá encaminhar ao STF contra políticos envolvidos no esquema de desvio de recursos públicos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato. Segundo ele, todos querem saber o que “há dentro desse embrulho”. A declaração foi feita ao final da cerimônia de abertura do ano do Judiciário, em Brasília.
“Todos nós estamos curiosos para saber o que há dentro desse embrulho. Esperamos que o titular da ação penal realmente apresente a ação penal para que o objeto da delação premiada se torne público”, afirmou Marco Aurélio.
A operação Lava Jato apura desvios de recursos públicos da Petrobras por meio de licitações fraudulentas. As investigações indicam que parte do dinheiro desviado era repassado a políticos com foro privilegiado. A expectativa é de que a ação penal contra os políticos citados nas delações premiadas colhidas pela Justiça até agora seja encaminhada ao STF nas primeiras semanas de fevereiro.
Marco Aurélio foi o único ministro do STF a falar com a imprensa após a cerimônia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que também esteve na cerimônia, deixou a sede do STF sem falar com a imprensa.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ser indiciado pelo STF, Marco Aurélio disse que é preciso cautela. “Precisamos aguardar, não devemos presumir o excepcional”, afirmou.
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