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Ex-contadora diz que Youssef levou mala de dinheiro à OAS

A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza - Cassiano Rosário - 3.fev.2015/Futura Press/Estadão Conteúdo
A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza Imagem: Cassiano Rosário - 3.fev.2015/Futura Press/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Curitiba

04/02/2015 16h34

A contadora Meire Poza, que prestou serviços a Alberto Youssef, disse nesta quarta-feira (4) que o doleiro levou ao menos uma mala com dinheiro vivo à empreiteira OAS. Ela não soube informar o valor do dinheiro que estava na mala.

Meire prestou depoimento em audiência na Justiça Federal em Curitiba. Na sessão de hoje, testemunhas de acusação são ouvidas pelo juiz federal Sérgio Moro para ação criminal envolvendo a construtora.

“Eu o [Youssef] encontrei e ele me disse ‘vamos ali comigo’. Eu entrei no carro e ele me disse que tinha dinheiro  e que ia levar a mala na OAS. Aí eu desci antes e depois ele me pegou”, disse Meire.

Segundo a contadora, Youssef nunca revelou a ela os valores existentes nas malas ou que uso teria feito do dinheiro.

A contadora também disse que a GFD Investimentos, de Youssef, nunca emitiu notas para a OAS. Ontem, em depoimento para a audiência para ação criminal envolvendo a construtora Engevix, Meire afirmou que a GFD emitia notas frias para a Engevix, pois não prestava os serviços que foram pagos.

Nesta quarta-feira, também testemunham Augusto Ribeiro e Júlio Camargo, executivos ligados ao grupo Toyo Setal e que fizeram delação premiada; e Leonardo Meirelles, ex-sócio de Youssef e apontado como laranja do doleiro.

Também estava prevista a convocação de Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da diretoria de Abastecimento da Petrobras, para depor, mas o Ministério Público Federal dispensou seu testemunho por “falta de dados relevantes”. Ela depôs ontem e falou sobre indícios de superfaturamento na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Esta fase de audiências refere-se às ações com empreiteiros denunciados após a deflagração da sétima fase da Lava Jato, que prendeu dirigentes das principais construtoras do país por suspeita de participação de um esquema de corrupção na Petrobras. Ainda vão acontecer audiências com testemunhas de acusação todos os dias até o dia 18 de fevereiro.