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Líder do PT no Senado, Costa diz que pedido de inquérito da PGR é 'frágil'

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

09/03/2015 16h35

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), usou a tribuna da Casa nesta segunda-feira (9) para se defender do inquérito aberto para investigar sua suposta participação no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, que apura o desvio de verbas na Petrobras. O petista chamou de “frágil” e “imprecisa” a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República) para pedir a abertura de inquérito contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal).

Costa é um dos políticos que será investigado pelo Supremo. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em delação premiada ele foi procurado por um amigo de Costa para arrecadar doações para a campanha ao Senado em 2010.

“O trecho da delação do Sr. Paulo Roberto Costa em que a minha campanha de 2010 aparece citada é completamente vago e impreciso. Ele –reitero aqui– joga para o senhor [Alberto] Youssef a responsabilidade por eventual doação, tema do qual o mesmo Youssef reconhece jamais ter tratado. Portanto, é uma doação fantasma”, discursou o líder petista.

O senador disse que a citação de seu envolvimento não se confirma com a delação de Youssef.

“Paulo Roberto disse que determinou a Alberto Youssef que ele disponibilizasse recursos para a minha campanha, mas que não sabe se Youssef fez. Youssef diz que isso nunca lhe chegou e que nada dessa natureza passou por ele, que foi um engano de Paulo Roberto. No meio desse espetáculo de incoerências e contradições, de conflitos gritantes entre os depoimentos dos dois réus que fulminam completamente essa informação de doação de recursos, parece incrível que alguém tenha encontrado elementos para a abertura de um inquérito”, disse Costa.

“Eu só posso atribuir à tensão que nesses dias os integrantes do Ministério Público viveram. Eu só posso atribuir à pressa de entregar à imprensa nomes que passassem a ter o julgamento sumário que estão tendo até agora”, afirmou o senador.

Costa também defende que o pedido de abertura de inquérito apresenta imprecisões como aponta-lo como líder no partido Senado quando ainda nem era parlamentar.

“No pedido que fundamenta a abertura do inquérito, que essa suposta doação tinha estreita relação com o cargo ocupado por mim, de Senador da República e líder do PT no Senado, se em 2010 eu nem mandato eletivo tinha, eu era um simples candidato, a partir do dia 1º de julho daquele ano? Não podia ser Líder do PT, porque não era Senador”, declarou.

Costa disse ainda que não há qualquer ato que ele tenha praticado do qual se envergonhe ou que envergonhe seus eleitores. “Encarei a abertura desse inquérito, uma sensação de profunda injustiça por ser envolvido em um processo com o qual nada tenho a ver”, disse.