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Cunha recebe pedido de impeachment contra Dilma e manifestantes comemoram

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/05/2015 17h41

Integrantes da Marcha pela Liberdade que encerraram nesta quarta-feira (27) a marcha em Brasília protocolaram um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) junto à presidência da Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que irá submeter o pedido à assessoria técnica e jurídica da Casa para avaliar se deve ou não por o documento em tramitação. Para Kim Kataguiri, um dos líderes da marcha, a promessa de que Cunha não irá “engavetar” o pedido é considerada uma vitória.

A Marcha pela Liberdade começou no dia 24 de abril, em São Paulo, e percorreu pelo menos mil quilômetros entre a capital paulista e o Distrito Federal. A caminhada foi organizada por diversos movimentos sociais contrários ao governo da presidente Dilma, como o Movimento Brasil Livre.

Nesta quarta-feira, um grupo de pelo menos 300 pessoas participou de um protesto em frente ao Congresso Nacional pedindo o impeachment da presidente.

Entre as alegações do documento que pede o impeachment de Dilma estão as chamadas manobras fiscais, conhecidas também como “pedaladas”, criticadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Um grupo liderado por Kim Kataguiri foi recebido pelo presidente da Câmara por quase uma hora. Ao final da reunião, Cunha disse que não pode, de antemão, se pronunciar sobre o pedido, mas que irá encaminhá-lo aos departamentos técnico e jurídico da Casa para só então se manifestar sobre o caso.

“No momento em que eu recebo uma situação completa, tenho que respeitar e examinar , não vou me pronunciar. Vou mandar examinar e me pronunciar depois”, afirmou Cunha.

Logo que assumiu a presidência da Câmara, Cunha se manifestou contrário à instauração de processos de impeachment contra a presidente.

Ontem, líderes de partidos de oposição entraram com pedido na Procuradoria-Geral da República para que abra uma investigação penal contra Dilma para apurar as chamadas “pedaladas fiscais”. Segundo a oposição, que antes defendia o ingresso de um pedido de impeachment, a investigação pode levar ao afastamento da presidente. 

O recuo de líderes do PSDB, principal partido de oposição ao governo, foi criticado por Kim Kataguiri. Ele disse que o recuo de senadores como Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e José Serra (PSDB-SP) mostraria que os tucanos não estariam atendendo aos “anseios populares”.

“A gente acredita que o senador Aécio Neves, assim como Aloysio Nunes e José Serra, estão mais preocupados com as próximas eleições do que com os anseios populares (...) não queremos tê-lo (Aécio Neves) como inimigo, mas se ele continuar se recusando a receber a pauta das urnas, vamos ter que continuar mantendo a pressão neles”, afirmou Kataguiri.

Um pedido de impeachment deve apontar evidências de que a presidente cometeu crime comum (homicídio ou roubo, por exemplo) ou crime de responsabilidade como improbidade administrativa ou atos que coloquem em risco a segurança nacional.