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Após apreender dinheiro em avião em 2014, PF faz operação no DF e 3 Estados

Do UOL, em Maceió

29/05/2015 08h27

Uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (29) cumpre mandados em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. A operação Acrônimo tem a participação de 400 policiais, que cumprem 90 mandados de busca e apreensão com o objetivo combater uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, a operação é resultado de uma investigação iniciada em outubro do ano passado quando a PF localizou e apreendeu R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao aeroporto de Brasília

Um dos alvos da investigação da PF é o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, ligado ao PT e fornecedor da campanha do partido em Minas Gerais, em 2014. Ele era responsável pelo avião apreendido.

Em 2010, ele esteve no centro do escândalo no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência. Uma de suas empresas, a Dialog, havia recebido na época cerca de R$ 200 milhões de contratos do governo federal.

À época da apreensão do avião e do dinheiro, a coligação do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), divulgou nota dizendo que não poderia se responsabilizar pela conduta de fornecedores.

As equipes realizam buscas em cerca de 30 endereços de pessoas físicas e 60 pessoas jurídicas. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal, no Distrito Federal. Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal está o sequestro de um bimotor turboélice King Air avaliado em R$ 2 milhões.

A ação tenta localizar eventuais documentos, valores e mídias que possam esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados vinham da inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais.

A PF informou que, para ocultar a origem criminosa do dinheiro, os investigados empregariam a técnica de smurffing --que consiste na tentativa de evitar a identificação de movimentações fracionando os valores--, além do uso de "laranjas”.

Na investigação, os policiais realizaram acompanhamentos dos suspeitos, além de vigilâncias. As equipes também analisaram os dados existentes nos notebooks, smartphones, tablets, além de outros dispositivos e mídias apreendidos durante a ação no ano passado, cujos acessos foram autorizados pela Justiça. No total, mais de 600 gigabytes de informação relevante foram analisados, cruzados com outras fontes e bases de dados, além de passarem por um atento trabalho de mineração de dados.