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Cúpula do PMDB anuncia "projeto de poder" e prega candidato próprio em 2018

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

15/07/2015 12h54

Três das principais lideranças do PMDB anunciaram nesta quarta-feira (15) que o partido deverá ter um candidato à Presidência da República em 2018. O anúncio foi feito durante o lançamento de um página da legenda na internet pelo vice-presidente da República, Michel Temer , pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Calheiros disse que a aliança com o PT é “circunstancial” e que o partido tem “projeto de poder e que vai ter um candidato competitivo a presidente da República” em 2018.

O anúncio de que o PMDB deverá ter candidato à Presidência da República em 2018 acontece em um momento em que as relações entre o partido e o PT, da presidente Dilma Rousseff, estão estremecidas. Em suas últimas declarações, Michel Temer disse que a aliança entre os dois partidos continuava firme, apesar de setores do PMDB, alguns liderados por Eduardo Cunha, pregarem a ruptura do partido com PT.

Nesta quarta-feira, porém, Temer disse que, a partir de 2018, o partido estará aberto para novas alianças. “Estamos abertos para todas as alianças, com todos os partidos. O que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser cabeça de chapa em 2018”, afirmou o vice-presidente.

Eduardo Cunha, aliás, voltou a enfatizar que parceria entre o PMDB e o PT chegou ao limite. “Estamos, nesse momento, num momento político delicado. Muitos debates são feitos.  O PMDB faz parte de uma aliança, mas o PMDB sabe que em 2018 ele quer buscar o seu caminho. Que não é com essa aliança”, disse Cunha.

Calheiros também demonstrou insatisfação com a parceria entre o PMDB e o PT. “O PMDB tem uma aliança com o PT que é estratégica, circunstancial. Porque ela deveria acontecer em torno de um programa, apenas de um programa”, disse Calheiros. 

Se o PMDB realmente lançar candidatura à Presidência em 2018, será a primeira vez desde 1994 que o partido disputará o cargo, quando lançou o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia ao Planalto. Em 2010 e em 2014, indicou o candidato à vice-presidência, ocupada por Michel Temer.