Após pedido de advogado, Cunha se nega a comentar Lava Jato: "Falo demais"
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, decidiu silenciar sobre a denúncia de que recebeu US$ 5 milhões de propinas em negócios da Petrobras. “Não falo mais sobre [operação] Lava Jato por orientação do procurador Antonio Fernando de Souza [seu advogado]. Ele acha que eu falo demais”.
A denúncia contra Cunha foi feita pelo lobista Julio Camargo, em acordo de delação premiada costurado durante as investigações da Lava Jato. Atendendo a pedido do parlamentar, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o juiz federal Sergio Moro envie informações requisitadas sobre o processo antes de julgar a ação.
O presidente da Câmara negou-se a responder perguntas sobre o tema durante entrevista concedida a jornalistas logo após um encontro com 500 empresários em um hotel da zona sul de São Paulo, realizado nesta segunda-feira (27).
No encontro, o parlamentar discursou e respondeu a questões de empresários. Durante o evento, foi poupado pela plateia, que não fez perguntas sobre as denúncias da Lava Jato. Os empresários cumprimentaram e aplaudiram diversas vezes o deputado.
Em sua sua passagem por São Paulo, Cunha disse que seus colegas de partido tem o “direito democrático” de criticá-lo e também de pedir sua saída da Presidência da Câmara. “Não fui eleito pelo governo, nem pela oposição. Fui eleito pela maioria da Câmara. Não peço apoio [nem ao PMDB]”.
Em artigo publicado na Folha no domingo (26), seu colega de partido, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), defendeu o afastamento de Cunha de suas funções enquanto durar a investigação.
Cunha disparou críticas ao PT, partido da presidente Dilma Rousseff, e disse que é “uma alegria” saber que o PT pretende pedir sua destituição. “Talvez eles possam aderir à tese de impeachment [de Dilma]”, afirmou, de maneira irônica, sobre o desejo petista de requisitar seu afastamento.
O peemedebista também afirmou que, para a sociedade, o PT está abaixo do "volume morto".
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