Cercado pela população, vereador no PR deixa Câmara em carro da PM
O presidente da Câmara Municipal de Jacarezinho, cidade paranaense (385 km de Curitiba) localizada na divisa com o Estado de São Paulo, teve de se refugiar em um carro da Polícia Militar para conseguir deixar a sede do legislativo na noite segunda-feira (3).
Após discutir com eleitores, Vitor Maldonado (PDT) abandonou a sessão que presidia e foi seguido por moradores da cidade por quase 100 metros, sob vaias e xingamentos.
O vereador optou por entrar no veículo da PM para deixar o local. Mesmo assim, o carro foi cercado e o vereador teve que ouvir uma série de ofensas.
A confusão foi motivada pela recusa de Maldonado em colocar em discussão um projeto que prevê redução nos subsídios dos vereadores e a revogação de lei que ampliou o número de cadeiras - de 9 para 13 - no legislativo para o próximo mandato.
O texto apresentado por iniciativa popular, com assinaturas de três vereadores e de 5% dos 39 mil habitantes do município, determina que os próximos ocupantes da Câmara - eleitos em 2016 - passem a receber um salário mínimo (R$ 788) para exercer o cargo. Atualmente, os vereadores da cidade recebem mensalmente R$ 6.200.
Se aprovada, as alterações propostas representarão uma economia anual de cerca de R$ 1 milhão nos gastos com subsídios.
Contrário ao projeto apresentado, Maldonado utilizou o regimento interno para não colocar o texto em votação na primeira sessão após o recesso, como pretendia parte da população.
Ele argumentou que os vereadores teriam 90 dias para análise do texto. A decisão desagradou moradores da cidade que lotaram o plenário da Câmara para acompanhar a sessão.
Movimento
A proposta de redução nos subsídios de vereadores se espalha por várias cidades paranaenses após os vereadores da cidade de Santo Antônio da Platina ( 338 de Curitiba), aprovarem a redução dos salários da próxima legislatura para R$ 970.
A aprovação ocorreu depois de um vídeo de uma moradora viralizar nas redes sociais, em junho, criticando a elevação de salários.
Os vereadores haviam aprovado, em primeira discussão, a elevação do salário atual de R$ 3,7 mil para R$ 7,5 mil para o próximo mandato. Sob forte pressão popular - com as galerias lotadas durante a votação em segundo turno, após a divulgação do vídeo - os vereadores decidiram reduzir o valor do subsídio.
A redução atingiu ainda o salário do prefeito que seria reajustado para R$ 22 mil. No texto aprovado, o prefeito eleito terá o vencimento de R$ 12 mil. Atualmente, o salário pago ao chefe do executivo na cidade é de R$ 14,7 mil.
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