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No 'Roda Viva', Caiado chama esquerda de corrupta e defende novas eleições

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

04/08/2015 00h29

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse no programa "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira (3), que a esquerda que chegou ao poder no Brasil antes "evocava a ética, a moralidade e a dignidade" e agora traz significados como "corrupção e assalto à máquina pública", em alusão às suspeitas de responsabilidade do governo petista nas denúncias da CPI da Petrobras e da Operação Lava Jato.

Em suas respostas, Caiado reafirmou diversas vezes que a atual estrutura do Executivo tem a corrupção em seu cerne e, por isso, defende a renúncia da presidente Dilma Rousseff e a convocação imediata de novas eleições. "Não adianta o governo querer fazer acordo [com os parlamentares] porque não tem sustentação", disse. Para Caiado, o país sairia da crise em 10 meses se o PT deixasse o governo.

Dilma Rousseff não está sendo investigada pela operação Lava Jato, mas delatores do esquema indicam que parte das doações legalmente feitas por empreiteiras ao PT teria origem no superfaturamento de contratos dessas empresas com a Petrobras. Uma eventual rejeição das contas de Dilma poderia abrir o caminho para a sua cassação.

Caiado também acredita que haja crime de responsabilidade contra o governo em função do TCU (Tribunal de Contas da União) ter apontado, em abril, crime nas manobras fiscais realizadas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos federais. As "pedaladas fiscais" surgiram como forma de reduzir o deficit do governo e são outra motivação para a oposição pedir o impeachment da presidente.

Elogio a Aécio, crítica a Lula

No "Roda Viva", Caiado ainda classificou o senador e ex-candidato a presidente Aécio Neves (PSDB-MG) como um nome "altamente competitivo" para assumir a presidência e confirmou presença nas manifestações contra o governo marcadas para o dia 16 de agosto.

O senador também reforçou seus ataques ao ex-presidente Lula, a quem chamou recentemente de "bandido frouxo". Em resposta, o petista entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido de queixa-crime contra Caiado.

Questionado se com essa postura Caiado não contribui com a elevação da "cultura de ódio" que vem polarizando a discussão política no país, o democrata disse que "foi o PT quem começou isso [essa polarização], de pobres contra ricos, de nordestinos contra sulistas".

Quando perguntado se os presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também não deveriam renunciar aos cargos por ambos estarem citados nas investigações da Lava Jato, Caiado disse que "a legislação não prevê isso. Se foram citados, cada um terá a responsabilidade de responder juridicamente. Com o PT, a corrupção é um projeto de poder. Não vamos perder o foco", afirmou.