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Com críticas ao governo, atos pró-Dilma acontecem em 25 Estados e no DF

Do UOL, em São Paulo

20/08/2015 19h01Atualizada em 21/08/2015 08h23

Manifestações em apoio à presidente Dilma Rousseff aconteceram em ao menos 25 Estados e no Distrito Federal nesta quinta-feira (20). De modo geral, as centrais sindicais e movimentos populares foram às ruas contra a possibilidade de impeachment, mas também não deixaram de criticar o ajuste fiscal e a "Agenda Brasil", medidas do governo para frear a crise econômica.

Os nomes mais criticados nos protestos foram os do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi denunciado formalmente pela Procuradoria Geral da República nesta quinta-feira por denúncia de propina; e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cuja política econômica tem reduzido benefícios dos trabalhadores.

Alguns protestos ocorreram pela manhã, mas a maioria aconteceu no período da tarde e início da noite, no Espírito SantoRio Grande do NorteParáRio de JaneiroMaranhãoParanáCearáSergipeBahia, Tocantins, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato GrossoRio Grande do Sul, Alagoas, Minas GeraisPernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, Brasília, AmapáGoiás, Amazonas, Paraíba e São Paulo.

Até o momento, a soma das estimativas de público desses atos, de acordo com as Polícias Militares estaduais e as Secretarias de Segurança Pública, é de 60 mil pessoas. No entanto, o número real deve ser maior, pois algumas PMs não divulgaram estimativas, como as do Rio de Janeiro, do Recife e de Maceió.

São Paulo obteve o recorde do dia, com 40 mil pessoas nas ruas. Começou no fim da tarde o protesto no largo da Batata, na zona oeste da capital. Pelas 18h, o grupo tomou as faixas da avenida Brigadeiro Faria Lima (sentido Rebouças) e seguiu em passeata pela avenida Rebouças até a Paulista. 

No Rio de Janeiro, manifestantes fecharam a Avenida Rio Branco, no centro da cidade, e seguiram até a Cinelândia. Uma das faixas dizia: "Sérgio Moro: juiz da Globo e do PSDB!", citando o juiz federal do Paraná que lidera as investigações sobre a Operação Lava Jato, no qual nomes ligados ao PT foram acusados de crimes de corrupção. Segundo a CUT-RJ, cerca de 20 mil pessoas foram no ato.

O protesto em Salvador foi o maior no Nordeste, segundo os dados oficiais da PM, reunindo 6.000 pessoas. Elas ocuparam a praça Castro Alves sob o som de dois minitrios elétricos. Na região Norte, Manaus teve o maior público, com 1.500 pessoas às ruas. No Centro-Oeste, os protestos tiveram números menores; Brasília contou com apenas 400 manifestantes, de acordo com a polícia. No Sul, Curitiba e Porto Alegre receberam as maiores manifestações.

Os atos do dia são uma resposta dos movimentos de esquerda às manifestações ocorridas no domingo (16) em todo o Brasil, com o principal objetivo de reivindicar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O governo enfrenta uma crise política e econômica, além das acusações envolvendo petistas na Operação Lava Jato. O Planalto terá ainda que responder ao Tribunal de Contas da União por "indícios de irregularidades" em R$ 104 bilhões de execução orçamentária.

VEJA AS ESTIMATIVAS DE PÚBLICO POR CIDADES, SEGUNDO A PM *:

São Paulo - 40 mil
Salvador - 6.000
Belo Horizonte - 3.000
Fortaleza - 2.500
Teresina - 2.000
Manaus - 1.500
Porto Alegre - 1.200
Natal - 700
Curitiba - 600
Aracaju - 500
Ribeirão Preto (SP) - 400
Brasília - 400
Juiz de Fora (MG) - 400
Cuiabá - 340
Belém - 300
São Luís - 300
Goiânia - 200
Vitória - 150
Campinas (SP) - 150
Porto Velho - 100
 
* Nas seguintes cidades, a PM não divulgou estimativas de público nas manifestações: Boa Vista, Campo Grande, Florianópolis, Macapá, Maceió, Palmas, Recife, Rio de Janeiro, Nova Andradina (MS), Uberlândia (MG) e Campina Grande (PB)