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Ex-primeira-dama de Mato Grosso deixa a prisão

A ex-primeira-dama de Mato Grosso Roseli Barbosa ao lado do marido e ex-governador, Silval Barbosa - Zanone Fraissat/Folhapress
A ex-primeira-dama de Mato Grosso Roseli Barbosa ao lado do marido e ex-governador, Silval Barbosa Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Luiz Felipe Fernandes

Do UOL, em Campo Grande

28/08/2015 11h59

A ex-primeira-dama de Mato Grosso Roseli Barbosa deixou a prisão na tarde desta quinta-feira (27), em cumprimento ao habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela estava em uma cela do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Cuiabá.

Mulher do ex-governador Silval Barbosa, Roseli havia sido presa preventivamente no último dia 20 de agosto, suspeita de liderar um esquema de desvio de dinheiro durante sua gestão na Secretaria de Estado de Trabalho de Assistência Social (Setas), entre 2011 e 2014.

Investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam desvios de R$ 8 milhões.

Por determinação judicial, Roseli deve entregar seu passaporte ainda hoje. Ela só pode sair da cidade com autorização judicial e está proibida de ter acesso à Setas e de ter contato com outros investigados.

A Justiça negou pedido para que a ex-primeira-dama usasse tornozeleira eletrônica, mas ela deverá se apresentar mensalmente à 7ª Vara Criminal.

O advogado de Roseli, Ulisses Rabaneda, disse ao UOL que a ex-primeira-dama está em casa e muito abalada emocionalmente.

A defesa nega todas as acusações e critica o fato de a prisão ter sido baseada na delação premiada de um empresário que faria parte do esquema. Segundo o advogado, os depoimentos do delator são contraditórios, com o objetivo de “alcançar benefícios processuais”.

Esquema

Além de Roseli, haviam sido presos na semana passada, dentro da Operação Ouro de Tolo, Rodrigo de Marchi, ex-assessor especial da Setas; Silvio Cezar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa; e o empresário Nilson Costa e Faria.

Apenas o empresário continua preso. Ele também vai ter o pedido de habeas corpus julgado pelo STJ.

Segundo as investigações, foram criadas instituições de fachada para firmar convênios com a Secretaria. Além de superfaturamento dos contratos, a prestação de serviços era de péssima qualidade.

No esquema descoberto pelo Gaeco, 40% do valor desviado ficava com Roseli. Outros 36% eram devolvidos a empresários envolvidos no esquema e 24% eram entregues a Rodrigo e Nilson.