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Sob protestos contra e a favor, Dilma participa do 7 de Setembro em Brasília

Do UOL, em Brasília

07/09/2015 09h18Atualizada em 07/09/2015 14h15

Após tensão entre a Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), a presidente encontrou o vice na manhã desta segunda-feira (7) no camarote destinado às autoridades na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde ocorreu o desfile comemorativo ao Dia da Independência. O ato também foi marcado por diversos protestos contra e a favor o governo da petista.

Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que seria difícil a presidente continuar o mandato até o final com taxas de aprovação próximas a 7%

Após a repercussão negativa da fala entre assessores próximos a Dilma, a assessoria de Temer divulgou nota neste domingo (6) para repudiar as análises das atitudes do político que poderiam "levar à ideia de conspiração".

No camarote das autoridades, Dilma encontrou ainda Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal, e Jaques Wagner (PT), ministro da Defesa, entre outros políticos.

Segundo a Polícia Militar do DF, 25 mil mil pessoas assistiram ao evento, que ocorre dias depois de revelações feitas pela operação Lava Jato, que investiga irregularidades em contratos da Petrobras, chegarem a dois ministros do governo: Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social). No final de semana, o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou investigações contra a dupla

A suspeita é de que eles tenham recebido dinheiro com origem ilícita para abastecer campanhas do PT, entre elas, a de reeleição da presidente Dilma.

Com índices de aprovação em torno de 7%, a presidente decidiu não fazer o tradicional pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão. Nas últimas vezes em que a presidente fez pronunciamentos em rede nacional de rádio e TV, foram registrados “panelaços” em diversas cidades brasileiras. 

Protestos

De acordo com a PM do Distrito Federal, cerca de 25 mil pessoas foram à Esplanada dos Ministérios durante o desfile. Desse total, 1,2 mil eram manifestantes -- mil seriam manifestantes contrários ao governo Dilma enquanto os outros 200 eram compostos de apoiadores da presidente. 

Do lado de fora do desfile, próximo ao Ministério do Trabalho, um grupo de manifestantes com faixas, vassouras e cartazes protestou chutando as placas de metal que fazem o isolamento da área do desfile.

Também distante do local onde estavam as autoridades, manifestantes usaram bonecos infláveis de Dilma e do ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva.

Os manifestantes só tiveram acesso ao gramado da Esplanada após o fim do desfile oficial e um forte esquema de segurança foi montado. Revistas foram feitas em vários pontos para impedir que faixa e cartazes cheguem ao palanque presidencial.

Policiais civis forçaram o alambrado de proteção que foi colocado em todo o gramado da Esplanada dos Ministérios. Os policiais, que estão em greve, começaram a bater colheres e a forçar o muro. Algumas placas, inclusive, chegaram a ceder.

Entre os manifestantes que participaram de um protesto após o desfile estava o padre Pedro Steppi, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da cidade-satélite de Novo Gama, no DF. Ele coordenava um grupo de manifestantes que carregava faixas contra o aborto. Ele também dizia ser contra a corrupção.

“Eu sou contra o aborto e a corrupção. Os padres não podem se distanciar do povo e o povo está indignado com a corrupção”, afirmou.

Steppi disse que, apesar de alguns de seus colegas de Igreja Católica serem mais alinhados à movimentos de esquerda, ele não sofre nenhum tipo de “perseguição”. “Não tem perseguição. Queremos as mesmas coisas. Eles me respeitam e eu respeito eles”, disse.

A segurança do local foi feita por homens do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, militares das Forças Armadas e da PM (Polícia Militar) do Distrito Federal. De acordo com o governo do DF, 1,5 mil PMs atuaram no local.